Terça-Feira, 12 de Dezembro de 2023, 00h10
CASO OLVEPAR
Justiça vê "sangria" e revela gasto de R$ 40 milhões com advogados em 3 anos em MT
Magistrada determinou, num dos casos, que ex-gestor devolva R$ 600 mil
DIEGO FREDERICI
Da Redação
A juíza da 1ª Vara Cível de Cuiabá, Anglizey Solivan de Oliveira, determinou que o administrador judicial Edson Teles de Figueiredo Júnior devolva R$ 600 mil à massa falida da Olvepar. A organização tem dívidas de R$ 800 milhões e também sofreu com supostas falhas do ex-administrador Edson Teles – que tinha o objetivo de auxiliar o Poder Judiciário de Mato Grosso nos trâmites burocráticos, contábeis e financeiros da organização falida.
De acordo com a decisão que determinou a restituição de R$ 600 mil, Edson Teles de Figueiredo adquiriu uma caminhonete Toyota Hilux 0 Km, no ano de 2013, com a justificativa de percorrer as propriedades da Olvepar. Ele teve as contas de sua administração judicial rejeitadas, culminando na devolução dos valores.
Segundo revelam os autos, a aquisição, realizada com recursos da massa falida da Olvepar, ocorreu sem autorização judicial ou mesmo dos credores da empresa, que só recentemente teve homologada sua falência depois de 23 anos. “Ainda que se pudesse argumentar que o veículo era imprescindível para o deslocamento, o bem não poderia ter sido adquirido sem prévia autorização judicial, que deveria, ainda, ser respaldado em elementos que demonstrassem a utilidade, necessidade ou a urgência da aquisição do bem em prol das Massas Falidas”, diz trecho do processo.
Segundo o processo, Edson Teles de Figueiredo adquiriu a Hilux logo que foi nomeado como administrador judicial da Olvepar, em 2013, e vendeu a caminhonete pouco antes de ser destituído do posto, no ano de 2015. Os autos ainda revelam que, no período, a empresa falida contava com R$ 53 milhões arrecadados em bens e recursos e que, com a saída do administrador, o patrimônio foi reduzido para apenas R$ 11 milhões.
SANGRIA
Conforme um levantamento realizado por uma empresa de auditoria, boa parte dos recursos foram repassados a escritórios de advocacia, novamente, sem autorização judicial. A juíza classificou a redução do patrimônio como uma “sangria”. “Independentemente se os referidos serviços advocatícios foram prestados, se houve sucesso nos litígios que tais profissionais atuaram ou se os contratos em questão foram homologados posteriormente, não há como negar que em um curto espaço de tempo de 03 anos houve uma verdadeira sangria na presente falência, resultando em um gasto de mais de R$ 40 milhões em despesas com a administração da massa falida, viagens, honorários advocatícios e periciais, que certamente beneficiaram os envolvidos em detrimento dos credores”, diz a juíza.
Os R$ 600 mil ainda serão acrescidos de juros e correção monetária. Após 23 anos, o Poder Judiciário de Mato Grosso homologou na última semana a falência da Olvepar, um processo que contou com diversas polêmicas e indícios de fraudes, e que quase derrubou um juiz do Tribunal de Justiça (TJMT).
Ronaldo | 12/12/2023 08:08:17
Se no caso da Cooperlucas tivesse sido nesse sentido não terÃamos visto os responsáveis pela falência dela virando milionários enquanto quem não estava envolvido iam a falência.
Jonas Seymour | 12/12/2023 06:06:55
Me apontem pelo menos 10 empresas que entraram com pedido de recuperação judicial que foi salva por algum advogado interventor? Quem consegue salvar empresas nesse tipo de situação são administradores bem qualificados, advogados não são preparados para salvar empresas e sim para quebra-las.
Auditor | 12/12/2023 01:01:36
Essas administrações judiciais / massa falida , são máfias com conivência da justiça! PARABÉNS A ESSA MAGISTRADA!
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