O Fluminense está interessado na contratação do atacante Clayson, de 28 anos, que atua no V-Varen Nagasaki, do Japão. A partir do momento que a informação foi divulgada, a acusação da suposta agressão por parte do atleta voltou à tona.

A Justiça o inocentou por falta de provas, mas o fato de o jogador ter admitido participação no ocorrido — segundo o Cuiabá — levantou a polêmica. O GLOBO mergulha na história e relembra o caso.

Em dezembro de 2021, Clayson teve contrato rescindido com o Cuiabá após ser acusado de agressão a uma mulher. De acordo com o clube mato-grossense, o jogador confessou a participação no episódio à diretoria do clube.

O fato também é citada na nota oficial divulgada à imprensa informado a sua rescisão contratual. "O Cuiabá Esporte Clube informa que tomou ciência ontem da existência de um Boletim de Ocorrência em que os atletas Clayson e Rafael Gava são acusados de lesão corporal a uma jovem. Ao confrontar os jogadores, a direção ouviu a confissão da participação de Clayson no lamentável episódio. Já Rafael Gava teve sua versão de que estava em casa com familiares confirmada pelo próprio colega", diz parte da nota do Cuiabá.

Segundo a PM, a jovem contou no Boletim de Ocorrência que estava em um motel com três homens e duas mulheres. Em determinado momento, Clayson teria quebrado uma garrafa e agredido a mulher.

Dias depois, Clayson se pronunciou e disse que as investigações concluíram que ele não teve participação. Em janeiro de 2022, o Bahia também rompeu seu contrato com o atacante.

O clube baiano afirmou que as partes acertaram a rescisão do contrato em "comum acordo". A mulher em questão é Danielle Sarti, que publicou fotos de ferimentos que teriam sido causados pelo atleta em suas redes sociais.

Ela foi internada no Hospital Municipal de Cuiabá. A agressão teria ocorrido em um motel e, em seguida, teria tentado tentar se matar.

A reportagem entrou em contato com Danielle Sarti, que preferiu não querer "desenterrar este caso". Segundo ela, "sua vida é outra e o passado ficará no passado".

O caso envolvendo Clayson foi à Justiça, mas o Juizado Especial Criminal Unificado de Cuiabá decidiu por absolver o atacante das acusações. O GLOBO teve acesso a sentença, que se baseou no fato de Danielle ter mudado seu depoimento durante a investigação e ausência de provas que liguem o jogador ao fato, mesmo com a confissão.

A juíza Maria Rosi de Meira Borba alegou que "as partes envolvidas deram versões diferentes e contraditórias sobre a ocorrência", e Clayson, Rafael Gava e outros nomes citados foram inocentados. "Não há como aferir, de forma clara, a dinâmica dos fatos, tendo em vista que tanto a vítima quanto os autuados e as testemunhas deram versões divergentes e, em si, antagônicas aos acontecimentos", diz o documento.