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Quarta-Feira, 19 de Fevereiro de 2014, 13h00

Câmara discutirá Marco Civil da Internet nesta quarta-feira

A Câmara planeja discutir na tarde desta quarta-feira (19) o Marco Civil, considerado uma espécie de Constituição da internet. Na terça (18), o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, disse que colocará a proposta para ser votada na semana que vem \"com ou sem acordo\".  A proposta de autoria do deputado Alessandro Molon (PT-RJ) estabelece \"princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil\", por parte dos usuários, dos provedores e também do governo. 

Por causa de um pedido da Presidência da República, em resposta às denúncias de espionagem na rede promovida pelo governo dos Estados Unidos, a proposta passou a tramitar em caráter de urgência. Sem definição, tranca a pauta da Câmara desde 28 de outubro, impedindo outras votações em sessões ordinárias.

A votação já foi adiada diversas vezes nos últimos anos. O relator apresentou alterações no texto em dezembro, após fazer reuniões com diversas bancadas (no último dia 12, ao apresentar o projeto em Plenário, Molon indicou novos ajustes). O principal opositor do texto é o PMDB: \"Não li e não gostei\", disse o deputado Eduardo Cunha (PMDB - RJ) ao ser questionado sobre a versão mais recente do texto.

Neutralidade

Molon defendeu alterações desde que elas não interferissem no que chama de \"três pilares do Marco Civil\": privacidade, liberdade de expressão e neutralidade.

O conceito de neutralidade, o mais polêmico do projeto, diz que as empresas de telecomunicações não podem vender pacotes que discriminam os tipos de aplicações utilizadas pelo internauta. Por exemplo: uma operadora não poderia oferecer, por um valor mensal, um pacote de acesso ilimitado a uma única rede social ou a sites específicos. Ainda assim, seria possível continuar contratando diferentes velocidades (1 Mbps, 5 Mbps ou 10 Mbps, por exemplo).

Cunha (RJ), líder do PMDB na Câmara, defende que esse conceito encarece o acesso dos brasileiros à internet.  \"Se for necessário oferecer uma infraestrutura igual para todo mundo, de forma ilimitada, tenho de oferecer a maior. Alguém vai pagar a conta e óbvio que isso aumenta o custo para o usuário\", disse em novembro, durante comissão geral no Plenário da Câmara.

Molon nega que o Marco Civil possa ter esse efeito e diz que a falta de neutralidade é \"preconceito contra pobre\". Segundo o relator, o encarecimento só seria uma realidade caso o projeto não fosse aprovado. \"[Nesse caso] As empresas poderão oferecer internet fatiada e cobrar preços extras pelo tipo de conteúdo que se queira acessar.\" 

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