Domingo, 26 de Maio de 2019, 19h30
PRECONCEITO
Escola militar pune alunos por funk e cabelo afro
METRÓPOLES
Em um intervalo de poucos dias, episódios de assédio moral e discriminação racial indignaram pais e alunos do Colégio Dom Pedro II. A prestigiada instituição de ensino é comandada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) e possui um rígido regulamento de vestimentas e condutas. No entanto, para as famílias dos estudantes, os casos extrapolaram as tradicionais cobranças do regime militar.
Uma aluna negra com tranças afro contou ter sido abordada por um monitor que recomendou a ela “cortar ou alisar” o cabelo para não sofrer sanções. Em uma reunião de pais e alunos na última quinta-feira (23/05/2019), a mãe da jovem relatou o constrangimento enfrentado pela filha.
O desabafo da mulher foi registrado por outras mães durante o encontro. O Metrópoles teve acesso ao áudio, mas como não conseguiu entrar em contato com a família, optou por não divulgar a gravação, apenas transcrever a declaração:
“Eu tentei passar para ela que era só uma questão de padronização, mas, para mim, é racismo. Anos atrás, não tínhamos mulheres no serviço militar. Hoje, temos. Antes, poderia não ter negros, não ter mulheres negras, não ter cabelo afro, mas hoje temos. E temos que saber lidar com isso”, disse a mãe da jovem, com a voz embargada. “Falta preparação pedagógica, saber lidar com a diversidade e o novo. Não dá para jogar fora o que está fora do padrão”, completou.
A abordagem revelada não teria sido um episódio isolado. Mãe de um estudante negro matriculado no Dom Pedro II, Alessandra Núbia Correia, 47 anos, lamentou a situação. “Já escutei outros relatos de casos parecidos. É uma questão de identidade. Não tem como fazer um afro virar um coque padrão. Dizer que os estudantes precisam cortar ou alisar o cabelo é desrespeitar as origens e submetê-los ao preconceito”, falou à reportagem.
Comemoração
A reunião na qual o caso ganhou notoriedade foi convocada às pressas após um áudio do comandante da escola, o tenente-coronel Marcos Antônio Nascimento de Souza Apolônio, repercutir em grupos de WhastApp. A gravação foi feita durante a cerimônia de entrega de medalhas do evento esportivo anual da instituição, na manhã da última quarta-feira (22/05/2019).
Com uma plateia de quase 3 mil estudantes, o diretor da instituição repreendeu um grupo de cerca de 50 jovens que, na semana anterior, em 15 de maio, havia feito uma apresentação musical, ao ritmo de funk, durante competição esportiva.
“Nos desrespeitou. [Foi uma] afronta a uma ordem direta. Não quero que vocês sejam surpreendidos com as medidas disciplinares que serão aplicadas a todos que participaram”, afirma Nascimento no áudio. “Nossa intenção foi preservar vocês do desrespeito que essas músicas promovem com as próprias mulheres, com as próprias meninas do nosso colégio”, continua ele na gravação.
Fábio | 26/05/2019 21:09:49
Lá é lugar de estudar. E não de vagabundo!
ana | 26/05/2019 20:08:12
quando escolheram estudar lá sabiam que existam regras pra seguir. não quer VAZA
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