A defesa da ex-candidata a vereadora pelo PSol Brunella Hilton, que foi presa no último dia 2 de março acusada de vender brigadeiros com maconha, conhecido como “brisadeiro”, na Avenida São João, no centro de São Paulo, entrou com pedido de liberdade provisória na Justiça nesta quarta-feira (19/3).

De acordo com os advogados, ela, que é uma mulher trans, está em uma cela para pessoas transgênero na ala masculina do Centro de Detenção Provisória II Pinheiros, na zona oeste da cidade. A defesa afirma ainda que ela teve o nome social desrespeitado, já que a polícia e o sistema judiciários usaram seu nome morto, ou seja, o nome de registro de nascimento antes da transição de gênero.

“Dessa forma, deverá ser retificada a distribuição do presente processo para Bruna Rocha Ferreira, bem como expedido ofício ao sistema prisional para que sejam resguardados os direitos da pessoa – mulher trans colocada em cela juntamente com outras mulheres”, pediu o advogado no documento.

O pedido de liberdade argumenta ainda que a situação na qual Brunella foi presa não pode ser caracterizada como tráfico, já que, no dia da prisão, ela carregava 800 gramas de doces e um saco com 10 gramas de maconha, sem nenhuma quantia em dinheiro que pudesse indicar venda. Segundo a defesa, o laudo não especifica a quantidade de droga encontrada em cada doce.

Além disso, a defesa afirma que Brunella é ré primária, tem bons antecedentes, reside fixamente e trabalha como produtora de eventos e cabeleireira, além de ter autorização médica para importar canabinoides para tratamento de ansiedade.

A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) disse, em nota, que ela está em uma cela destinada exclusivamente a pessoas transgênero e que seu “registro foi efetuado com base em seu nome social e identidade de gênero”.