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Sexta-Feira, 09 de Fevereiro de 2024, 18h00

CAMPANHA DE 2022

General Heleno falou em 'virar a mesa' e infiltrar Abin

G1

 

O então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno afirmou, em reunião com Jair Bolsonaro e ministros em julho de 2022, que pretendia infiltrar agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nas campanhas de Jair Bolsonaro (à reeleição) e de seu principal adversário, o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As declarações constam no vídeo com a íntegra da reunião, realizada em julho de 2022. As imagens foram encontradas no computador de Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e tornadas públicas nesta sexta-feira (9).

"Dois pontos para tocar aqui, presidente. Primeiro, o problema da inteligência. Eu já conversei ontem com o Victor [Felismino Carneiro], novo diretor da Abin, nós vamos montar um esquema para acompanhar o que os dois lados vão fazer", declara Heleno.

"O problema todo disso é se vazar qualquer coisa. Muita gente se conhece nesse meio. Se houver qualquer acusação de infiltração desse elemento da Abin em qualquer um dos lados...", prossegue Heleno, antes de ser interrompido por Bolsonaro.

O então presidente da República pede que Heleno interrompa a fala naquele momento – e diz que, se há medo de vazamentos, o assunto deve ser tratado em reunião privada, longe dos demais ministros.

"General, eu peço que o senhor não fale por favor. Peço que o senhor não prossiga mais na sua observação, não prossiga na sua observação. Se a gente começar a falar 'não vazar', esquece. Pode vazar. Então a gente conversa particular na nossa sala sobre esse assunto", diz Bolsonaro.

'VAR' e 'virar a mesa'

Em seguida à reprimenda de Bolsonaro, Heleno passa a tratar de um "segundo ponto": segundo ele, a necessidade de que o governo agisse antes mesmo das eleições para evitar um revés na votação.

"O segundo ponto é que não tem VAR nas eleições. Não vai ter segunda chamada na eleição, não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa, é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa, é antes das eleições. Depois das eleições, será muito difícil que tenhamos alguma nova perspectiva", diz Heleno.

"Até porque eles vão fazer tão bem feito que essa conversa do Fachin, foi exatamente com os embaixadores para que elimine a possibilidade de o VAR acontecer. No dia seguinte, todo mundo reconhece e fim de papo", prossegue.

"Isso aí tem que ficar bem claro, acho que as coisas têm que ser feitas antes das eleições. Vai chegar um ponto em que não vamos poder mais falar, vamos ter que agir. Agir contra determinadas instituições e determinadas pessoas, isso para mim é muito claro. Só isso."

Comentários (3)

  • aloisio |  09/02/2024 20:08:27

    É inimaginável, mas a segurança do país, a defesa do povo brasileiro, tão carente, entregue a um grupo de militares, tão ... ; mais compromissado com os privilégios, a impunidade, a delinquência ... Ah! é para combater o comunismo! Fácil. Ao seu redor: parentes, vizinhos, amigos ... quantos comunistas você conhece?

  • Carlos Nunes  |  09/02/2024 20:08:11

    Estou triste e choroso. Tá difícil ver en todos os jornais noticias ruins do meu ídolo mor.

  • Carlos Nunes  |  09/02/2024 19:07:35

    Pois é, quem ia "virar a mesa" era tio MORO & tio DALLAGNOL, que pretendiam varrer a maldita da Corrupção no país. Ousaram colocar Os Poderosos, incluindo um ex-presidente no xilindró. Apareceram um monte de delatores premiados (da Odebrecht, JBS, OAS, tio Palocci e outros), abrindo o bico e contando estórias do arco da velha da Corrupção. O cidadão e cidadã DE BEM vibrou: tão acabando com a Corrupção do Brasil. A Esperança voltou...a credibilidade da Justiça aumentou. Tio MORO & tio DALLAGNOL viraram os mocinhos do filme...heróis nacionais. Quando o Bem avança, o mal recua. Recua mas revida. E revidou... teve de tudo: Hackers grampeando Juiz Federal e Procurador...e a Justiça aceitando como provas...Experimenta grampear um Ministro, aí vira atentado violento à Democracia...e jamais seria aceita como prova contra o Ministro.

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