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Quinta-Feira, 05 de Agosto de 2021, 19h00

ACIDENTE DOMÉSTICO

Homem descobre que ficou com vidro no pé por 5 meses

G1

 

Um ajudante geral de 46 anos descobriu, nesta semana, que estava com um pedaço de vidro alojado no pé direito há cinco meses, quando se machucou em um acidente doméstico. O morador de Santos, no litoral de São Paulo, passou por um procedimento cirúrgico na última quarta-feira (4) para a retirada do caco.

Em 24 de fevereiro, Marcos Roberto da Silva decidiu instalar uma prateleira na cozinha de seu apartamento, que fica no bairro Embaré. Com a pressa, o ajudante geral subiu em um banquinho para ter altura suficiente, mas se desequilibrou e caiu com os pés em cima de um copo de vidro quebrado.

Com os pedaços do vidro quebrado, ele sofreu dois cortes no calcanhar do pé direito que, no total, precisaram de sete pontos, feitos por uma equipe da UPA Zona Leste. Ele chegou a pedir um raio-x do calcanhar, mas foi negado pelos médicos que o atenderam pela primeira vez. "Como quem falou era a médica, não questionamos, né?", diz.

Conforme o relato da esposa dele, Ana Ayres Silva, ele mal conseguia colocar o pé no chão por conta da dor, mas acreditava que fazia parte da recuperação. "Não suspeitamos que tivesse vidro lá dentro", contou. A situação foi piorando com o passar dos meses, já que as dores não cessavam e Marcos passou a mancar.

"Ele ficou mais de cinco meses mancando por causa desse vidro [alojado no calcanhar]. Perdeu serviços de pedreiro por causa disso. Chorava a noite inteira com muitas dores. Isso tudo poderia ter sido evitado", desabafa a esposa.

Em julho, o casal voltou à UPA para uma radiografia no calcanhar, que seguia com a ferida aberta. O exame apontou um corpo estranho mas, segundo Ana, a médica que o atendeu disse que aquilo "não passava de um osso calcificado" e que eles não deveriam se preocupar. Na última sexta-feira (30) eles voltaram à unidade de saúde. Desta vez, finalmente o caco de vidro foi encontrado.

Como a UPA não faz procedimentos cirúrgicos, eles precisaram aguardar na unidade de saúde por uma transferência para a Santa Casa de Santos, onde Marcos deveria ser internado para a remoção do pedaço de vidro do pé.

No entanto, chegando no hospital de ambulância, a internação foi negada. "A médica disse que não era caso de internação", diz a esposa de Marcos. Ela relata, ainda, que eles foram tratados com rispidez e tiveram que voltar à UPA para prosseguir com o atendimento.

Na UPA da Zona Leste, ofereceram o atendimento no Ambulatório de Especialidades (Ambesp), onde finalmente conseguiram marcar o procedimento cirúrgico. "Ficamos mais de 12 horas esperando para chamarem um médico e conseguirem marcar a cirurgia", desabafa.

O procedimento cirúrgico foi realizado na manhã desta quarta-feira (4), quando o pedaço de vidro foi removido do calcanhar direito dele, cinco meses após o acidente doméstico. Ele precisou receber pontos no mesmo local do ferimento, foi medicado e liberado em seguida.

Atraso em cirurgia

Em nota enviada ao G1, a Santa Casa de Santos, por meio de sua assessoria de Comunicação, confirmou que o paciente Marcos Roberto da Silva foi encaminhado da UPA Zona Leste no último sábado (31) para avaliação da equipe de Cirurgia Geral da Santa Casa de Santos.

No entanto, a unidade de saúde informa que, "após criteriosa avaliação clínica, foi constatado que não se tratava de caso de internação, mas sim de atendimento ambulatorial", porque o acidente havia ocorrido há meses. "Sendo assim, o paciente foi redirecionado para a unidade de saúde de origem, para posterior atendimento ambulatorial", finaliza.

Prefeitura

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que o paciente citado passou por procedimento cirúrgico para retirada do pedaço de vidro, na manhã desta quarta-feira (4), no Ambulatório de Especialidades Dr. Nelson Teixeira. Segundo a pasta, está previsto um retorno pós-operatório para o dia 18 de agosto.

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h Zona Leste afirma que em todas as passagens do paciente na unidade, ele foi avaliado pelo médico plantonista, que definiu a conduta e tratamento de acordo com a avaliação clínica.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, todos os recursos necessários para o atendimento foram disponibilizados, como medicação e realização de exames. A pasta também afirma que trata-se de uma lesão superficial, sem sinais de infecção ou alteração na funcionalidade do membro.

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