Mundo Domingo, 06 de Julho de 2025, 11h:00 | Atualizado:

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CRUÉIS

Marido e sogra mataram esposa com sopa envenenada

 

G1

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A denúncia do Ministério Público (MP) contra o médico Luiz Antonio Garnica e a mãe, Elizabete Arrabaça, revela as motivações e circunstâncias em que eles planejaram e executaram a morte por envenenamento da professora de pilates Larissa Rodrigues, em março deste ano em Ribeirão Preto (SP).

Ao aceitar a denúncia e decidir por tornar marido e sogra da vítima réus, a Justiça também converteu a prisão temporária deles em preventiva. Com isso, os dois, que estão presos desde 6 de maio, permanecerão na cadeia ao menos até o julgamento, ainda sem data definida. Mãe e filho alegam inocência.

O Ministério Público denunciou Garnica e Arrabaça por feminicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da professora. Garnica ainda foi acusado por fraude processual, por ter alterado a cena do crime no dia em que Larissa foi encontrada morta no apartamento em que vivia com ele.

Garnica e Arrabaça planejaram e executaram o crime para evitar uma partilha de bens;

Dias antes de ser morta, Larissa havia descoberto que Garnica mantinha um relacionamento extraconjugal

O plano inicial de mãe e filho era envenenar Larissa aos poucos para parecer que ela teve uma intoxicação. Como Larissa manifestou o desejo do divórcio imediatamente, acusados trataram de dar uma dose letal à professora no dia 22 de março

Garnica chegou a buscar sopa envenenada feita pela mãe para dar à Larissa

Em consequência da intoxicação causada pela administração progressiva do veneno, Larissa começou a manifestar sintomas como náuseas, vômitos e diarreia

Marido proibiu Larissa de buscar atendimento em hospital

Em uma das discussões por causa da traição, Garnica disse que daria uma injeção letal em Larissa

Elizabete sabia da traição do filho e o encobertava fingindo ser uma boa sogra, cuidando de Larissa “doente”

Médico não queria o divórcio por causa da partilha dos bens, mas pagava uma mesada de R$ 1,8 mil à amante

Garnica chegou a pesquisar compatibilidade amorosa dos signos "leão e aquário", referentes a ele e à amante

Marido acessou contas bancárias da esposa e procurou quitar parte do valor do apartamento financiado onde vivia com a vítima quatro dias após o assassinato

Partilha de bens

Garnica e Arrabaça agiram para evitar uma partilha de bens, segundo o MP. Dias antes de ser morta, Larissa havia descoberto que o marido mantinha um relacionamento extraconjugal.

Na véspera, ela chegou a enviar uma mensagem a Garnica mencionando que veria um advogado no início da próxima semana para começar a tratar da separação. Na mesma noite, diz a denúncia, Garnica entrou em contato com a mãe, que esteve no apartamento da nora por cerca de quatro horas.

O promotor destaca que o crime foi praticado por motivo torpe, impulsionado pelo desejo de Garnica de evitar a partilha de bens e de viver seu relacionamento com a amante, com a colaboração de Elizabete.

Testemunhas relatam que Elizabete demonstrou forte oposição à ideia de Larissa ficar com metade do apartamento em caso de divórcio, considerando a partilha injusta. Essa preocupação patrimonial, somada aos seus próprios problemas financeiros, teria motivado a mulher a aderir ao plano criminoso.

"A questão patrimonial tornou-se um dos pontos centrais de preocupação para Luiz Garnica, conforme ele mesmo confidenciou à amante. [...] A perspectiva de Luiz Garnica de ter que partilhar o patrimônio, especialmente o apartamento do casal, e a necessidade de se reestruturar financeiramente para suportar os custos de uma nova moradia ou compensar a cota parte de Larissa, revelou uma das motivações determinantes para a eliminação da vítima", argumenta o promotor Marcus Túlio Nicolino.

Obsessão pelo relacionamento extraconjugal

O Ministério Público descreve Garnica como alguém obcecado por seu relacionamento extraconjugal e pela eliminação de Larissa para viver o romance.

A denúncia cita que o médico planejou o crime porque passava por problemas financeiros e se recusava a aceitar se divorciar da esposa e ter que fazer a divisão do patrimônio.

As investigações indicam que Garnica avisou a amante sobre a morte de Larissa 15 minutos antes da constatação oficial do óbito, feita pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Ainda segundo a denúncia, Garnica recusou-se a conceder o divórcio, optando por manter a Larissa sob seu domínio, ao mesmo tempo em que desfrutava de sua relação paralela com a amante.

"A propósito, cumpre mencionar que, conforme consta em denúncia anônima, o denunciado, conhecido por seu temperamento instável e possessivo, teria ameaçado a vítima, afirmando que, caso ela insistisse no divórcio, ele ceifaria sua vida por meio de uma injeção letal", destaca a promotoria.

A denúncia mostra um detalhe que ilustra a intensidade da paixão de Luiz pela amante. A polícia encontrou em seu histórico de buscas online pesquisas sobre a compatibilidade amorosa dos signos "leão e aquário", referentes a ele e à amante. Essa pesquisa por afinidade astrológica foi realizada no início de março de 2025, dias antes da morte de Larissa.

“A nítida intenção de Luiz em prosseguir com a amante livremente se tornou clara após o crime, quando, em questão de dias, ele colocou [a amante] dentro de seu apartamento onde vivia com Larissa, e, menos de um mês após a morte da vítima, apresentou sua amante formalmente à sua mãe, Elizabete, em um almoço. Essa conduta revela um desinteresse absoluto pela memória da vítima e uma frieza atroz em perseguir seus interesses pessoais em detrimento da vida de sua esposa”, complementa Nicolino.





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