O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deve comparecer à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que ocorrerá no dia 20 de janeiro, em Washington. A informação foi divulgada no blog da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

Apesar de Lula ter apoiado a democrata Kamala Harris na disputa contra Trump, uma tradição da diplomacia americana oferece uma justificativa conveniente para evitar o constrangimento de uma eventual presença do líder brasileiro na posse do republicano, que é um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A prática diplomática dos EUA determina que chefes de Estado estrangeiros não participem da cerimônia, e apenas os embaixadores locais representam seus países. “Os EUA não recebem envios estrangeiros, nem chefes de Estado, nem de governo, nem ministros, nem enviados especiais. Os representantes na posse são os embaixadores locais. Nenhum chefe de Estado vai”, explicou ao blog uma fonte do alto escalão do governo brasileiro.

Fontes ligadas ao governo americano, consultadas pela coluna, confirmaram que é tradição que chefes de Estado estrangeiros não sejam convidados para a posse. No entanto, a lista de convidados de Trump ainda será definida pela equipe de transição, em uma etapa futura do planejamento.

Em conversa com O Globo, Jair Bolsonaro revelou ter recebido informações de que seria um dos possíveis convidados pela nova administração para a cerimônia no Capitólio. No entanto, Bolsonaro destacou que precisará de uma decisão favorável do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para conseguir viajar, já que seu passaporte foi retido em fevereiro deste ano devido a uma investigação sobre uma suposta tentativa golpista para impedir a posse de Lula.