Manifestantes se reuniram em Barcelona nesta segunda-feira (31) para rejeitar a decisão do principal tribunal da Catalunha de anular a condenação do ex-jogador brasileiro Dani Alves por agressão sexual após um recurso.

O tribunal superior da região da Catalunha, na Espanha, anulou na sexta-feira (28) a condenação de Alves por estupro, alegando inconsistências e contradições no caso contra ele.

Mulheres que protestavam nesta segunda lamentaram a decisão e exigiram que a sentença fosse restabelecida.

O ex-lateral-direito, de 41 anos, foi condenado no ano passado por estuprar uma mulher no banheiro de uma boate em Barcelona, em 2022, e sentenciado a quatro anos e meio de prisão.

O caso ganhou grande repercussão na Espanha, onde os direitos das mulheres tornaram-se um tema sensível no debate público, especialmente no esporte, após o escândalo envolvendo o ex-presidente da federação de futebol Luis Rubiales, que beijou à força a jogadora Jenni Hermoso em 2023.

Em decisão unânime, os quatro juízes do tribunal superior catalão afirmaram que o depoimento da acusadora carecia de credibilidade em relação a fatos que poderiam ser objetivamente verificados por vídeo, “indicando explicitamente que o que ela relatou não corresponde à realidade”.

Alves já havia sido solto após pagar fiança de 1 milhão de euros (cerca de R$ 6,1 milhões) enquanto aguardava o julgamento do recurso. Agora, ele está livre para deixar a Espanha, após o tribunal revogar a proibição de viagem, a ordem de restrição e o pagamento de indenização.

O tribunal argumentou que a alegação da suposta vítima de que teria acompanhado Alves ao banheiro por medo de que seus amigos a seguissem não parecia razoável, concluindo que ela “foi voluntariamente para a área do banheiro com a intenção de estar com o réu em um espaço mais íntimo”.