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Sexta-Feira, 21 de Outubro de 2022, 18h00

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Menino desenvolve traumas após ser esquecido em van escolar

O DIA

 

A família do menino Jarbas Júnior, de 5 anos, esquecido em uma van de transporte escolar, na última terça-feira (18), em Macaé, no Norte Fluminense, relatou que a criança desenvolveu traumas após o susto. De acordo com a avó, Vanessa Cristiane Batista Gomes, ele também ainda não conseguiu retornar às aulas.

A avó contou que o neto está frequentemente agitado, apresenta dificuldades para comer e dormir e também não consegue ficar em locais fechados. "Ele está muito agitado, não come, passou a noite sem dormir, não consegue ficar em ambientes com portas e janelas fechadas e ainda não voltou para a escola", relatou Vanessa, ao "Bom Dia Rio", da TV Globo.

Ainda segundo a avó, a família só foi informada quando os responsáveis pelo transporte retornaram ao colégio, às 17h, trazendo o menino. "Nós mandamos ele pra escola 6h40, quando ele entrou na van e fomos trabalhar, normalmente. Às 17h, a escola ligou avisando que ele não havia comparecido à aula, e nós fomos lá. Chegando lá, nos falaram que ele ficou dentro da van o dia todo. Nove horas preso no cinto de segurança, nove horas sem comer, sem beber água. Inclusive ele tinha até feito xixi. Uma situação muito difícil, né. Nós estamos perplexos com o que aconteceu", desabafou Vanessa, indignada.

De acordo com ela, a família ainda não descobriu o que aconteceu com a criança durante o período em que ela ficou trancada na van. “Eu perguntei para o responsável pela empresa de transporte, onde essa van é estacionada e ninguém soube me responder. A pessoa responsável não sabia nem o itinerário da van ou onde ela ficava, então a gente não sabe o que realmente aconteceu com ele (Jarbas) nesse período”, relatou a avó do menino.

O destino da criança seria a Escola Municipal de Ensino Infantil (EMEI) José Augusto Abreu de Aguiar. Após o susto, o menino foi encaminhado ao Hospital Público da cidade, onde realizou uma bateria de exames, que não constataram nenhum problema físico.

O caso foi registrado na 123ª DP (Macaé). O Conselho Tutelar também foi acionado.

A Secretária Municipal de Educação do município afirmou que ofereceu à família suporte com atendimento psicológico. Ao DIA, o órgão pontuou que tomou todas as medidas legais, tanto em relação às punições cabíveis à empresa, como aos profissionais responsáveis diretamente na van, que já foram demitidos do quadro de funcionários da prestadora de serviço.

A Prefeitura de Macaé destacou que passará a exigir o cumprimento de novos protocolos de segurança no transporte escolar pelas empresas terceirizadas. O governo municipal convocou os representantes das prestadoras de serviço e instituiu novas diretrizes para garantir mais rigor no monitoramento dos estudantes que utilizam o serviço para o deslocamento até as escolas municipais.

Dentre as novas exigências, a prefeitura determinou a obrigatoriedade de que todo veículo destinado ao transporte escolar fique na escola, durante o período da aula, e não somente na entrada e saída. A formação de monitores e motoristas também será cobrada periodicamente. A Secretaria de Mobilidade Urbana irá reforçar a fiscalização na frota com vistoria em todos os 530 carros que atendem à rede municipal na região serrana, bairros e área central.

Outras mudanças também estão em andamento, como a implantação de um sistema que abrange o controle do transporte dos alunos a partir de leitura de QR-Code. A previsão é de que esse monitoramento esteja em funcionamento no próximo ano letivo de 2023.

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