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Domingo, 08 de Junho de 2025, 04h00

10 ANOS DE PRISÃO

Moraes manda Zambelli cumprir pena e pede processo de extradição

Deputada bolsonarista fugiu do Brasil para escapar da cadeia

G1

 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (7) que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) comece a cumprir, de forma definitiva, a pena de prisão pelos ataques ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O magistrado também decidiu encaminhar a documentação do caso ao Ministério da Justiça para dar início a um processo de extradição de Zambelli, que deixou o Brasil no final de maio e está atualmente na Itália. A deputada foi condenada, pela Primeira Turma da Corte, pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Nesta sexta-feira (6), o colegiado também decidiu rejeitar recursos contra a condenação e determinar o fim da fase recursal.

A pena fixada foi de 10 anos de prisão, perda do mandato, inelegibilidade (que já está valendo) e multa de R$ 2 milhões. A decisão de Moraes, publicada neste sábado, adota as primeiras providências para o início do cumprimento definitivo das penas de Zambelli.

No documento, o ministro determina, ainda, o envio dos documentos do julgamento à Câmara, para que a Casa declare a perda do mandato da parlamentar. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli e o hacker Walter Delgatti coordenaram ataques aos sistemas do CNJ com o objetivo de desacreditar a Justiça e incitar atos antidemocráticos.

A deputada federal já é considerada foragida pela Justiça, uma vez que fugiu do país após a primeira sentença da Primeira Turma do STF, em maio, e quando se tornou alvo de um mandado de prisão preventiva. O nome dela, inclusive, foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol. Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes pediu que o Supremo envie os "documentos necessários" para formalizar o pedido de extradição junto ao Ministério da Justiça.

"Toda a documentação deverá ser encaminhada no original, em português, e traduzida oficialmente para o italiano, idioma oficial do República Italiana, e acompanhada do formulário para pedido de extradição disponível no site do Ministério da Justiça e Segurança Pública devidamente preenchido", escreveu.

Perda do mandato

Além do pedido para dar início ao processo de extradição de Zambelli, o ministro do STF também determinou a remessa dos documentos do julgamento à Câmara dos Deputados. Segundo Moraes, com a documentação, a Casa deve cumprir a determinação do Supremo e declarar a perda do mandato de Carla Zambelli.

Na Câmara, de acordo com a Constituição, a perda do mandato pode ser decretada por um simples documento emitido pela Mesa Diretora da Casa, sem a necessidade de uma votação no plenário. É esta a hipótese mencionado pelo magistrado em sua decisão.

No entanto, há divergências dentro da Casa sobre esse entendimento. Há quem defenda que a perda do mandato por condenação criminal, que é o caso de Zambelli, precisa ser confirmada em votação e que são necessários pelo menos 257 votos para que isso ocorra.

Condenação

De acordo com as investigações, Zambelli atuou em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto para inserir documentos falsos na base de dados do CNJ – incluindo um suposto mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. No recurso, a defesa de Zambelli pediu a absolvição da parlamentar e alegou cerceamento de defesa, por falta de acesso a todos os arquivos apreendidos com o hacker.

Por unanimidade, a Primeira Turma condenou:

Carla Zambelli: 10 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, perda do mandato parlamentar (a ser declarada pela Câmara dos Deputados após o trânsito em julgado) e inelegibilidade.

Walter Delgatti: 8 anos e 3 meses de prisão, em regime inicialmente fechado. Ele já cumpre prisão preventiva. Indenização: a deputada e o hacker também terão que pagar uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos

Comentários (3)

  • Carlos Nunes  |  08/06/2025 09:09:38

    Vou orar por ela. Que dê tudo certo e que seja uma pena branda em nome do Senhor Jesus.

  • Carlos Nunes |  08/06/2025 07:07:24

    Pois é, vai ser meio difícil o Governo Italiano extraditar tia ZAMBELLI. Por que? 1) Tia ZAMBELLI é cidadã italiana. Eleita Deputada Federal com quase 1 Milhão de Votos. É evidente que o hacker mentiu ou se equivocou. Pelo seguinte motivo: CNJ não tem competência constitucional pra prender um ministro do Supremo. Jamais prenderia. Então, essa estória que tia ZAMBELLI queria colocar uma ordem de prisão no CNJ, contra tio XANDÃO, é 99,99% irreal. Tia ZAMBELLI jamais faria isso. 2) quando o Governo Italiano pediu ao Governo do PT, que extraditasse tio CESARE BATTISTI, condenado à prisão perpétua, por ter matado várias pessoas, o Governo recusou, alegando que tio BATTISTI era só um perseguido político na Itália, nem se importaram com a Justiça Italiana e a condenação à prisão perpétua. Quem extraditou tio BATTISTI foi Bolsonaro. Hoje ele cumpre prisão perpétua lá na Itália. 3) o Governo Italiano pode agora alegar que tia ZAMBELLI também é só uma perseguida política no Brasil. Não matou ninguém nem foi condenada à prisão perpétua. Se tio BATTISTI ficou livre, leve e solto no Brasil...tia ZAMBELLI pode ficar também lá na Itália. Por que não? Essa novela tupiniquim/italiana ainda terá muitos capítulos. Hoje o Brasil tá cheio de novelas. A mais aguardada é que vem aí tio TRUMP com sua Lei MAGNITSKY e muitos mais. O que acontecerá? Essa Lei foi criada pelo tio BARACK OBAMA... até agora alcançou mais de 700 autoridades em diversos lugares do mundo, incluindo Juízes importantes. Não escaparam da Lei.

  • Brasileiro  |  08/06/2025 07:07:17

    Criminosa perigosa!

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