Uma denúncia de racismo repercutiu recentemente no Campeonato Mineiro de Handebol Cadete Feminino 2025 - Zonal B, causando a suspensão de uma das atletas, suspeita da agressão. Uma jogadora de 13 anos, do time de Campestre, cidade do Sul de Minas, denuncia que foi alvo de injúria racial ao ser chamada de "macaca" e "gorila" enquanto disputava uma partida contra a Associação Atlética Caldense, de Poços de Caldas, nessa quinta-feira (19 de junho).
A mãe da adolescente acionou a Polícia Militar (PM). Conforme o boletim de ocorrência, ela relatou que uma jovem de 19 anos, que estava na plateia, proferiu ofensas racistas contra sua filha enquanto ela jogava, chamando-a de “macaca” e “gorila”. A adolescente, ouvida pelos policiais, afirmou ter ficado “abalada emocionalmente” com os xingamentos.
A jovem na plateia foi identificada como uma das atletas do time adversário, de Poços de Caldas. No momento da confecção do boletim, ela já havia deixado a quadra de esportes em Campestre. Segundo a mãe da vítima, a suspeita teria dito que, caso fosse procurada, estaria na cidade vizinha.
Nesta sexta-feira (20 de junho), a Prefeitura de Campestre emitiu uma nota de repúdio pelo caso de racismo ocorrido na cidade. O Executivo classificou o episódio como “lamentável” e uma “grave violação aos direitos humanos e aos valores de respeito, igualdade e dignidade”.
“O Município está atento e colaborativo para que as autoridades competentes adotem as medidas legais e educativas necessárias, a fim de evitar que incidentes dessa natureza se repitam”, afirma trecho da nota — confira o texto completo abaixo.
A jovem atleta do time de Poços de Caldas foi suspensa preventivamente de todas as competições organizadas pela Federação Mineira de Handebol (FMH) e pela Confederação Brasileira de Handebol (CBH), além de estar proibida de assistir aos jogos, inclusive das arquibancadas. A decisão foi comunicada pela FMH nesta sexta-feira (20), que afirmou ter agido “em conformidade com o seu regimento e as normas que regem a disciplina desportiva”.
A FMH também divulgou uma nota de repúdio ao episódio de racismo ocorrido durante o campeonato mineiro de handebol. “O episódio, que fere não apenas os valores do esporte, mas também os direitos fundamentais da dignidade humana, é inaceitável e será tratado com a máxima seriedade e rigor por esta entidade”, afirmou a Federação.