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Quinta-Feira, 12 de Maio de 2022, 22h00

PREMEDITADO

Tiro em jovem no McDonald’s não foi acidental, diz amigo

METRÓPOLES

 

Amigo do sargento bombeiro Paulo César de Souza Albuquerque, que baleou um funcionário do McDonald’s, na Taquara, zona oeste do Rio, disse em depoimento que o tiro não foi acidental, segundo informações do G1.

Mateus Domingues Carvalho, de 21 anos, foi alvejado no abdômen enquanto trabalhava no drive-thru, na madrugada da última segunda-feira (9/5). Imagens de câmeras de segurança a que o Metrópoles teve acesso mostram o bombeiro agredindo e atirando no jovem. Veja:

Em depoimento, Carlos Felipe da Silva Brasil, o homem de casaco laranja nas imagens, contou na noite dessa quarta-feira (11/5), na 37ª DP, que o amigo bateu em Mateus novamente dentro da loja, o rapaz se defendeu e ele atirou em seguida.

Carlos e a mulher que aparece nas imagens estavam de carona com o sargento do Corpo de Bombeiros. Ela também já prestou depoimento.

A versão de Carlos Felipe contradiz a apresentada pela defesa do bombeiro, segundo policiais. Na 37ª DP, Paulo Cezar e seu advogado disseram que o tiro que atingiu o atendente Mateus foi acidental. O amigo contou que tentou impedir que Paulo César “fizesse uma besteira”, quando ele entrou na lanchonete com a arma na mão.

Carlos relatou em depoimento que foi atrás de Paulo César dentro do McDonald’s. Lá, o bombeiro deu mais soco no atendente, que reagiu para se defender, e, em seguida, Paulo César atirou e saiu.

A mulher que acompanhava os dois tinha ficado no carro do bombeiro, saiu quando ouviu o disparo e começou a chorar, muito nervosa, sendo acalmada pelo marido. Segundo Carlos, o bombeiro entrou no carro e levou o casal de volta para casa, sem dar nenhuma palavra durante o trajeto.

O casal contou na delegacia que estava num evento, em um bar em Curicica, também na Zona Oeste. Por volta de 1h30, assim que saíram, encontraram Paulo César, conversaram e decidiram fazer um lanche. Os dois foram embora de carona com o bombeiro.

Eles disseram que a fila do drive-thru estava demorada e o funcionário foi ríspido com Paulo. Quando foram atendidos, o bombeiro informou que usaria o cupom do aplicativo e Mateus teria dito: “Quando for assim, tem que avisar”.

Matheus está estável, acordado e continua no CTI do Hospital Municipal Lourenço Jorge, sem previsão de alta. Nos próximos meses, precisará passar por outra cirurgia para reconstruir o intestino, afetado pelo disparo.

O jovem retirou um rim após o órgão acabar dilacerado com a bala no abdômen, mas não vai precisar passar por hemodiálise, segundo informações médicas à família.

Em nota, o Corpo de Bombeiros (CBMERJ) informou que o militar responderá civilmente pelos seus atos na Justiça comum. A corporação já fez o pedido de prisão preventiva do profissional. Paralelamente, o comandante-geral, coronel Leandro Monteiro, determinou a suspensão imediata do porte e posse de armas do militar, além da instauração de um inquérito policial militar para apurar a conduta do profissional e a abertura de um conselho disciplinar.

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