Opinião

Terça-Feira, 11 de Outubro de 2022, 16h56

Thais Vieira e Márcio Barbero

A agenda ESG e o olhar do Mundo para o agronegócio brasileiro

Thais Vieira e Márcio Barbero

 

Protagonista da economia brasileira, o agronegócio é responsável por mais de 26% do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos. Esse cenário se mostra ainda mais positivo diante das projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que indicam um avanço na produção de grãos de 27% até 2030.

Números que colocam Mato Grosso – maior produtor de grãos e o maior rebanho bovino – e o Brasil no centro das discussões de tendências globais que foram aceleradas pela pandemia da covid-19 e buscam apresentar soluções potenciais ao ambiente e à sociedade. O mundo inteiro olha para o Agro Brasileiro e as práticas ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) dividirão quem realmente está apto para negociar com o resto do mundo ou atrair investidores.

A governança ambiental, social e corporativa é uma abordagem mandatória para as empresas em geral e, principalmente, no agronegócio. É uma abordagem para avaliar até que ponto uma corporação trabalha em prol de objetivos sociais, ambientais que vão além do papel de só gerar lucros para os acionistas.

Para que o país lidere as transformações do setor e aplique os pilares de ESG é preciso que as grandes empresas do agronegócio adotem estratégias e modelos de negócios alinhados às melhores práticas de ESG, ou seja, desenvolver a pauta sustentável a partir de um novo olhar para o meio ambiente e a sociedade.

Os princípios ESG agregam valor nas empresas do agronegócio, podemos listar como exemplo: mais investimentos, aumento de receita com redução de custos, fortalecimento da marca corporativa e retenção e satisfação de colaboradores, dentre outros.

Trata-se de um momento de transição, já que nos últimos dez anos a sustentabilidade entrou na pauta das empresas de forma mais contundente. Alguns estudos apontam que os custos de captação e emissões das empresas são otimizados através da aplicação do conceito ESG. Diante disso, os gastos com ESG devem ser vistos como investimento, pois o mundo já enxerga esses certificados como fundamentais.

Essa nova janela de oportunidades envolve também uma mudança cultural importante e os produtores e empresários rurais precisam estar preparados para identificar valor agregado na atuação de forma responsável com o Código Florestal Brasileiro, com boas práticas trabalhistas, com atuação em Sistema de Integração Lavoura Pecuária (ILP) e Sistema Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF), com o fortalecimento da produção de bioenergia associados a serviços ambientais qualificados.

Por fim, estruturar sua empresa ou propriedade no conceito ESG passa pela participação de todos, incluindo fornecedores e clientes. O mercado consumidor mundial está cada vez mais exigente e complexo. Então, ou você se adapta ou logo estará fora do mercado.

Thais Vieira – advogada especializada em Direito Empresarial e Compliance.

Márcio Barbero – advogado, atua em legal mentoring, Distressed Assets Specialist,  especialista em Direito Empresarial e membro da TMA - Turnaround Management Association.

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