Opinião

Segunda-Feira, 03 de Janeiro de 2022, 09h08

Fernando Henrique

A esperança econômica na política

Fernando Henrique

 

Quantas vezes já ouvimos que nosso país é um país cheio de riquezas e recursos naturais, pronto para ser desenvolvido, de pessoas hospitaleiras e maravilhosas, de uma pátria trabalhadora e honesta, e que somos um país do FUTURO. Inúmeras vezes na nossa história desde os tempos do primeiro império, essa eterna ladainha vez ou outra volta com uma efervescência quase que religiosa em alguns palanques em anos eleitorais. Discursos de esperança, geram voto e provocam reações emocionais, o ser humano desde os primórdios anseia por MILAGRES. E se o milagre for econômico melhor ainda. Esses discursos simplórios de palanque sem nenhuma noção ou plano de como vamos nos desenvolver, se balizados através das urnas geram uma desserviço a economia e a sociedade. Precisamos evoluir e decidir o que queremos: um eterno milagre através de um salvador da pátria com características heroicas que muda de acordo com a sociedade daquele tempo, com eternas promessas e nenhum plano de ação ou políticas de ESTADO, através de planos de ação bem desenhados por pessoas técnicas e competentes que vislumbram zero palanque e muita eficácia. Minha ótica e exageradamente SCHUMPETERIANA e KEYNESIANA em relação a tecnocracia.

Nesse aspecto, fica minha pergunta capciosa: Como ser um país do futuro se não somos nem um país do presente? E fica minha outra pergunta: Como ser um país do futuro? Essa é a chave...... Poucos vislumbram responder essa pergunta. Primeiro porque não fazem a mínima ideia. Para um político é muito mais fácil dançar a música conforme temas de palanque, com cunho duvidoso e cheio de ideologias, partidárias e até mesmo de cunho pessoal para ficar em evidência. DISCURSOS, BRAVATAS, e pouca política pública de verdade.

Dessa forma, atualmente no Brasil, nota-se um aumento da esperança em heróis, que a cada ciclo de incompetência política que respinga na economia se renova. Foi assim com o próprio Bolsonaro, abraçado como um herói, foi assim com o Lula, foi também assim com o Collor. ATRÁS DE UM DESASTRE ECONÔMICO, sempre existe na nossa sociedade o ímpeto pelo MILAGRE.  Milagres em pleno capitalismo globalizado não existem. Ou teremos um plano muito bem traçado de como queremos ser daqui a dez anos e isso passa diretamente e indiretamente por aqueles que elegemos, dessa forma a responsabilidade e toda NOSSA.  Ou esse ciclo vicioso do eterno país do futuro ainda vai perdurar por mais 50 anos.

 Como consequência, e o que vemos atualmente. Um país polarizado politicamente, mercado com desconfiança principalmente pela crise institucional atual, desemprego como um grande desafio a ser vencido, fantasma da inflação, e para piorar a situação ainda em pandemia em com alguns discursos negacionistas ainda em pauta.

Mudar o cenário somente com conversa de palanque e sem nenhum plano real de ação para que possamos voltar ao mínimo ser uma país emergente, não resolverá nossos problemas a longo prazo. A economia não permite mais balela e conversa fiada ou simplesmente discursos dizendo que somos um país do futuro e que estamos crescendo e blá blá blá. Os números estão aí e provam ao contrário. Não existe nenhuma possibilidade atual do Brasil ser uma país mais liberal no momento. Nenhuma. Nosso povo é pobre, sem qualificação, sem educação de qualidade, sem saúde, sem investimento novamente nas indústrias. Chega de conversa. 2022 chegou, e tá na hora de pararmos de acreditar em uma anunciação de milagres, milagreiros, heróis.......

Fernando Henrique da Conceição Dias - fhdias1290@gmail.com)

Economista

Mestrando em Economia pela UFMT

Pós graduado em Gestão de Projetos

Gerente Comercial e Especialista em crédito imobiliário

 

 

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