Opinião

Terça-Feira, 27 de Maio de 2025, 13h46

Coronel Fernanda

Até quando?

Coronel Fernanda

 

Gabrielle tinha apenas 31 anos. Jovem, cheia de vida, mãe. Foi assassinada dentro de casa, em Cuiabá, por quem deveria protegê-la: o próprio marido. O autor? Um policial militar, alguém treinado para defender vidas. Os filhos do casal, pequenos, agora crescem com o trauma de um crime que jamais será esquecido.

Quantas mais precisarão morrer? Quantas famílias ainda vão chorar diante da brutalidade que atinge mulheres dentro de seus próprios lares?

Eu venho há tempos levantando a voz no Congresso Nacional para denunciar essa realidade. Não se trata de casos isolados. É um padrão cruel que se repete. A violência contra a mulher é uma tragédia que destrói lares, sonhos e infâncias. E o Brasil precisa, urgentemente, tratar esse tema com a seriedade que ele exige.

Não basta endurecer as penas – embora isso também seja necessário. O que está em jogo é a omissão, a falta de estrutura e a negligência em todas as esferas de poder: municipal, estadual e federal.

É preciso agir. Fortalecer a rede de enfrentamento, ampliar os canais de denúncia – inclusive acessíveis para mulheres surdas –, garantir a presença de delegacias especializadas com estrutura 24 horas, investir em casas de amparo, auxílio aluguel e políticas que ajudem a mulher a sair do ciclo da violência. Temos que capacitar professores, agentes de saúde, policiais, conselheiros tutelares e todos os profissionais que fazem parte da rede de apoio.

Também é fundamental amparar os filhos que ficam. Crianças que presenciam cenas de horror ou perdem suas mães da forma mais cruel. Elas precisam de acompanhamento psicológico, estrutura de creche e escola em tempo integral, proteção real.

Outro ponto urgente e que não pode mais ser ignorado: é inadmissível que agressores, especialmente os que já foram presos por crimes contra mulheres, não passem por avaliação psiquiátrica rigorosa. Precisamos investigar o estado psicológico desses homens. Quem agride ou tira a vida de uma mulher não pode ser tratado com normalidade. Essa medida é essencial para entender os perfis e prevenir novos casos. Não se pode permitir que retornem ao convívio social sem o devido acompanhamento e sem que o Estado tenha pleno conhecimento dos riscos envolvidos.

A dor de Gabrielle não pode ser em vão. Assim como a de tantas outras mulheres cujas vidas foram arrancadas sem piedade. A sociedade precisa entender que quem ignora os primeiros sinais, quem silencia diante das ameaças, também contribui para o desfecho trágico.

Como mulher, como mãe e como parlamentar, eu me recuso a aceitar a naturalização da violência contra a mulher. Serei incansável em cobrar, propor e fiscalizar ações que protejam a vida das nossas brasileiras. A omissão custa caro — custa vidas.

Não podemos esperar a próxima tragédia. É hora de agir.

Coronel Fernanda é deputada federal por Mato Grosso.

Comentários (10)

  • Samanta Gaíva |  28/05/2025 12:12:00

    Mixuruca... rs

  • Figueirinha |  28/05/2025 11:11:13

    A petralhada não um pio sobre o assalto aos velhinhos do INSS...Segundo eles o Nine e o frei Xico pode se locupletar sem problemas.

  • Carlos Azevedo |  28/05/2025 09:09:59

    Sabendo quem a nobre deputada defende é até estranho ver palavras tão sensatas vindas da senhora. Realmente, deve ter batido a cabeça ou publicou algo escrito por outro sem ler primeiro. Que tal começar algo útil parando de fazer arminha pei pei.

  • aloisio |  27/05/2025 22:10:04

    Nosso modelo de existência, de vida, de relação com a natureza, com o outro, com Deus, consigo mesmo ... está falido. Creio que nunca houve um momento na história em que a desconstrução da humanidade seja tão evidente como nesse século. Isso posto, ainda há que se considerar nossa perda de sensibilidade, de cuidado surgido com o advento da internet. A internet não é culpada, culpado é o uso que fazemos dela.

  • João nunes  |  27/05/2025 21:09:47

    Tenho certeza que aqueles que te elegeram criaram um expectativa de melhora na segurança pública.com mais recursos,treinamento atenção social.se passaram 3 anos e nada aconteceu porque a deputada passa seu precioso tempo fazendo vídeo e defendendo um ex presidente genocida.teus dias de deputada estão contados cel .tu voltará a caserna pior do que era pq teve a oportunidade de melhorar teus comandados e nada fez teu mandato foi fútil . Tchau brigadoooo

  • Aldo  |  27/05/2025 19:07:09

    Até quando isso vai acontecer, até quando esse congresso de deputados lacradores que não fazem nada ficarem fazendo de conta que estão criando leis. Pior legislatura que já existiu nesse congresso nacional, vergonha para o Brasil.

  • Sérgio |  27/05/2025 18:06:34

    Nossos representantes são exemplos de raiva - tortura - xingamentos - e assim a população de MT aplaude e resulta em fazer igual.

  • Joel |  27/05/2025 18:06:19

    Se tivesse sido DEMITIDO lá em 2018 seria ótimo. Se policiais problemáticos e envolvidos em crimes fossem devidamente punidos, eles pensaria 6x antes de fazer gracinhas por ai, mas passam tanto a mãozinha na cabeça que eles se acham os donos da vida e da morte.

  • pedro |  27/05/2025 17:05:44

    Pior, tudo a isso tem a ver com o golpe que este bolsonarista planejavam, tua isso a ver quem patrocinou viagem a Brasília, patrocinou movimento em frente dos quartel e assim por diante, fica esperta.

  • Lene |  27/05/2025 14:02:41

    Coronel, falar não basta, precisa de exemplos bons de caráter, moral, idoneidade,etc, quem fala...! O que é preciso refletir e fazer as correlações, MT proporcionalmente é o maior em número de feminicidios e maior em número de bolsominios, extremistas, destruidor de vidas, meio ambiente, desmatamentos e querem mudar se possível a geografia.

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