Opinião

Sexta-Feira, 06 de Junho de 2025, 16h18

Rodrigo Furlanetti

Beber e ir trabalhar o RH não irá perdoar

Rodrigo Furlanetti

 

Se você aparece no trabalho sob efeito de álcool, você está brincando com a sua carreira.

A legislação trabalhista não passa pano para esse tipo de comportamento.

Por oportuno, ir trabalhar embriagado pode até parecer algo que só acontece em filmes ou em empresas completamente desorganizadas,  no entanto, quando acontece, a conta chega em forma de justa causa.

A empresa não precisa esperar a terceira vez. Nem a segunda. Em certos casos, uma única ocorrência pode ser suficiente para encerrar o contrato de trabalho por justa causa. Isso está previsto no artigo 482 da CLT, que trata da “embriaguez habitual ou em serviço”.

Depreende importante salientar que, não importa se você só bebeu no dia anterior. Se o efeito ainda estiver ali e comprometer seu comportamento ou sua produtividade, a empresa poderá agir, especialmente, se a atividade desempenhada pelo obreiro tenha risco.

Tem gente que pensa: “Ah, mas foi só um copinho no almoço...” — Pois é. Um copo pode não parecer muito, mas, dependendo do seu metabolismo, do horário e do ambiente de trabalho, pode ser o suficiente para te deixar vulnerável, e passível de sofrer uma punição severa, qual seja, a justa causa.

Neste passo, poderá sofrer com sua má reputação.

E ainda, será difícil explicar na próxima entrevista que você foi dispensado porque chegou alterado na empresa.

De mais a mais, isso vale ainda mais em funções que envolvem máquinas, direção de veículos, tomada de decisões ou atendimento ao público, onde nessas situações, o risco é exponencial, e a tolerância, zero, tendo em vista que muitas empresas têm no seu manual de boas práticas a fixação de bom comportamento do obreiro.

É bom esclarecer que, a verdade é que muita gente ainda trata esse tema com descaso. “É só uma cervejinha, ninguém vai notar.” — Mas vai notar, sim.

De outro lado, trata-se de preservar a credibilidade e a postura profissional, ambas tão importantes, quanto sua competência técnica.

Ou seja, as empresas valorizam quem entrega, porém, também valorizam quem se comporta.

Portanto, a longevidade na carreira, levar essa mensagem a sério é importante: bebida e trabalho não combinam.

Rodrigo Furlanetti é Advogado Trabalhista em Mato Grosso.

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