Sexta-Feira, 20 de Novembro de 2020, 17h23
Rosa Neide
Vinte de novembro, dia de luta contra o racismo
Rosa Neide
O Brasil comemora nesta sexta-feira (20), o dia da Consciência Negra. Dia de reflexão e de revisitar a história de nosso país. Último das Américas a abolir a escravatura, em 1888, o Brasil vivenciou 357 anos de escravidão negra. Não podemos nos esquecer jamais, que cerca de 4 milhões de irmãos e irmãs, negros e negras foram capturados na África e trazidos para serem escravos de brancos europeus, no Brasil.
A sociedade brasileira foi construída ao longo desses séculos tendo como base o racismo estrutural. Após a lei áurea que revogou a escravidão, nenhuma legislação foi aprovada no Brasil, seja no período imperial seja no republicano, que reparasse economicamente os negros, mesmo que minimamente, por toda a humilhação, dor e sofrimento que vivenciaram ao longo de 357 anos.
De acordo com o historiador, Ubiratan Castro de Araújo, após a abolição “muitos foram os que saíram dos engenhos e fazendas para buscar a liberdade na pesca e na mariscagem, outros para seguir Antônio Conselheiro. Houve os que se embrenharam nas matas para construírem os novos quilombos. Para todos esses rurais, o preço da liberdade era a miséria. Para a grande maioria, no entanto, a impossibilidade de acesso à terra tolhia os sonhos de liberdade”
Lamentavelmente 350 anos após a abolição, o Estado Brasileiro continua tolhendo o sonho de liberdade do povo negro. A ausência centenária, repito, de políticas públicas de Estado para reparar as mazelas da escravidão continua fazendo com que a maioria da população brasileira viva à margem das riquezas produzidas em nosso país.
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 56% da população brasileira se autodeclara negra ou parda. É essa população que está no topo do ranking da miséria, do desemprego, do subemprego, do analfabetismo, da baixa escolaridade e da baixa renda.
A concentração de terras e renda nas mãos da minoria branca e a exclusão da maioria negra e miscigenada perdura até os dias atuais. As mortes violentas no Brasil têm cor, a cor preta. A população carcerária no Brasil tem cor, a cor preta.
O Brasil não será um País desenvolvido, justo e com igualdade de oportunidades e felicidade, se a sociedade brasileira não fizer uma revisita ao passado, reconhecer sua dívida histórica com o povo negro e trabalhar com unidade para repará-la.
O combate às práticas racistas do Estado Brasileiro tem que ser bandeira de luta prioritária de cada cidadão e cidadã.
Meu partido, o Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, quando governou o Brasil produziu ações afirmativas importantes visando essa reparação, como a lei de cotas raciais. Porém, o que fizemos foi muito pouco, diante da luta necessária para a superação do racismo.
Que nesse dia 20 de novembro tenhamos a consciência de que a luta do povo negro contra o racismo estrutural é a nossa luta. Precisamos continuar na batalha na esfera política, mas também precisamos ganhar a luta na sociedade, contra o racismo.
Viva o 20 de novembro! Viva o povo negro!
Professora Rosa Neide
Deputada Federal (PT-MT)
Sinfronio | 21/11/2020 10:10:38
"Nenhuma legislação foi aprovada no Brasil, seja no perÃodo imperial seja no republicano, que reparasse economicamente os negros" - Meu Deus como estes caras são demagogos... O que o PT em 16 anos de governo fez pelos negros? Usou-os com demagogia! - O que os ILUSTRES REITORES DAS UNIVERSIDADES tem feito, ou fizeram, para conscientizar a sociedade que os negros precisam de espaços para crescerem já que são humanos e tem os mesmos direitos de todos, até mesmo porque são imagem e semelhança de DEUS. Estes caras da esquerda precisam ir para o dicionário para aprender o significado da VERDADE. Em sua maioria fazem CAGADAS e tentam transformá-las em verdade, me chamando de trouxa, pois querem que eu acredite. SAI FORA MEU.PJ
Anjos de Quatro Patas
Sábado, 26.07.2025 17h28
Rio Cuiabá como sujeito de direitos
Sábado, 26.07.2025 16h01
Incentivos Fiscais para a produção das empresas
Sábado, 26.07.2025 15h52
Evoluir para um novo ciclo do RJ
Sábado, 26.07.2025 13h50
Desapego e economia circular
Sábado, 26.07.2025 13h35