Polícia

Segunda-Feira, 22 de Novembro de 2021, 12h09

INSEGURANÇA

Adolescentes arrombam apartamento de luxo e furtam R$ 500 mil em joias

Fisioterapeuta D.R.V. aguarda respostas para um crime

LIZ BRUNETTO

Midia News

 

Há quatro meses a fisioterapeuta D.R.V. aguarda respostas para um crime que causou grande desfalque em seu patrimônio e a abalou emocionalmente. 

Em julho deste ano, dois assaltantes adolescentes, uma garota e um garoto, arrombaram a porta de seu apartamento, em Cuiabá, reviraram os cômodos da casa e levaram mais de R$ 500 mil em pelo menos uma centenas de ítens, como joias feitas em ouro, brilhantes, pérolas e cristais (veja a relação abaixo). 

Também foram furtadas bolsas, óculos, perfume, champanhe e canetas, entre outros, todos de marca.

O crime aconteceu no Edifício Premiato, localizado em uma região nobre da Capital, no Bairro Duque de Caxias. A fisioterapeuta tem o imóvel há cinco anos, desde que o condomínio foi inaugurado.

Apesar das câmeras de vigilância em saguões e elevadores, os assaltantes entraram e saíram com facilidade do local, e pela porta da frente. 

O fato desperta a suspeita de que alguém que conhecia a rotina do local passou a "ficha" para os assaltantes.

Imagens fornecidas pela vítima mostram os meliantes  já dentro do prédio, depois de terem a entrada liberada na portaria.  

Na saída, puxando uma das malas da vítima carregadas de jóias e objetos, a dupla aparece com roupas diferentes.

A menina usava uma camiseta da Mulher Maravilha, pertencente a D.R.V., e o rapaz estava com outra peça, que seria do filho dela. 

A fisioterapeuta contou, com exclusividade ao MidiaNews, que ainda está muito abalada com toda a situação.

"Mais do que o dinheiro, foi o dano que me causou. Tive crises emocionais, tomei por um tempo medicamento controlado. Não consigo dormir”, desabafou ela. 

Ela relatou também que, depois da invasão, tem tido sensação de perseguição. Basta uma motocicleta parar ao lado do seu carro que o primeiro impulso é sair corrrendo.

“Até hoje, só de falar eu me desfaleço, tenho sudorese, começo a suar frio. Foi um forte trauma emocional”, acrescentou. 

A lista de bens furtados é extensa. Conforme o relato da vítima e do boletim de ocorrência, vai de anéis de pedras preciosas e coroa de cristais a óculos e bolsas de grife, como Prada e Montblanc. 

Os bens foram adquiridos ao longo de uma vida, comprados em viagens e colecionados ou recebidos como presente dos seus entes mais queridos.

“Levaram toda minha história de vida e a dos meus filhos”, lamentou

“Se eu me calar, vou estar colaborando, vou permitir que isso aconteça de novo”, explicou. 

A invasão e o furto aconteceram no dia 8 de julho, enquanto D.R.V. estava fora de casa. Ela saiu por volta de 12h10 e a dupla entrou em seu apartamento pouquíssimo tempo depois, por volta das 12h20.

O prédio tem dois elevadores que dão acesso aos apartamentos. “O elevador social é privativo, só eu, minha irmã e meus filhos temos a senha ou a digital para subir”, contou. 

A irmã de D.R.V. que estava passando alguns dias com ela, e uma amiga da família, chegaram mais cedo e se depararam com a porta do elevador social fechada.

Acreditando que o vento teria fechado a porta, elas desceram e aguardaram na piscina do prédio. Possivelmente a porta foi fechada pelos ladrões. 

Um tempo depois, elas resolveram conferir se a outra porta estava aberta e subiram novamente. Logo de cara a irmã de D.R.V. se deparou com a cena: porta arrombada, casa revirada e geladeira aberta apitando. 

“Ela desceu desesperada e foi avisar o zelador. Subiram e viram que estava tudo mexido. Depois chegou a Polícia”. 

Nas imagens é possível ver parte do estrago feito pela dupla. Foram caixas e caixas de jóias e outros bens esvaziados, além de uma pilha de bagunça deixada para trás. 

No vídeo registrado pelas câmeras de segurança, é possível ver a jovem comendo uma banana retirada do apartamento de D.R.V.

 "Descaso"

Um dos pontos que mais indignaram a fisioterapeuta foi a postura adotada por parte da administração do condomínio. Segundo ela, a situação foi tratada com descaso.

Por conta disso, ela está avaliando a possibilidade de acionar judicialmente a administração. 

D.R.V. foi informada, por meio do síndico, que a funcionária que estava na portaria disse que não se recordava do que havia conversado com a jovem, antes de liberar as suas entradas. Ela disse que teria cofundido a garota suspeita com uma moradora. A funcionária foi mantida no cargo por mais de três meses após o ocorrido, sem nenhuma penalidade aparente.

A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF) de Cuiabá investiga o caso, que tem se repetido em outros estados.

A equipe identificou que um carro auxiliou a dupla durante o furto, e no dia do assalto passou em frente ao prédio por aproximadamente cinco vezes.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a administração do prédio afirmou que ainda não tem uma posição sobre o caso.

“A gente está esperando a conclusão das investigações para tomar um posicionamento”, disse o síndico, que se identificou como José Luiz.

Ele disse que todas as informações necessárias à apuração do caso foram repassadas à Polícia.

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