A advogada Daline Bueno Fernandes, que foi presa em flagrante no último sábado (17) após invadir uma residência e agredir três mulheres em Sinop (MT), afirmou em depoimento à polícia que não cometeu nenhuma agressão ou ameaça. Segundo ela, teria ido até o local apenas para esclarecer um “mal-entendido” envolvendo e acabou sendo agredida pelas vítimas.

As informações constam no auto de prisão em flagrante. Daline foi presa junto com seu namorado, Rafael Moreira da Silva, que também teria participado do ocorrido.

Ela relatou que os dois estavam na Exponorte, acompanhados de outros familiares, e ao voltarem para casa notaram a presença de dois veículos estacionados em frente à residência, um deles pertencente à atual companheira de seu ex-cunhado, L.K.K., que havia levado os filhos da advogada após o evento.

Preocupada com um possível mal-entendido envolvendo sua irmã, Daline decidiu ir até a casa de L.K.K. para esclarecer que a irmã não estava envolvida em qualquer situação problemática. Ela contou que foi até o local acompanhada do namorado, mas que desceu sozinha para conversar com a moradora.

No entanto, segundo seu depoimento, acabou sendo recebida com agressividade pelas irmãs de L.K.K., que teriam partido para cima dela. A advogada afirmou que, ao ouvir os gritos, Rafael entrou na residência para tentar conter a confusão e viu uma das mulheres armada com uma vassoura.

Ela nega ter agredido, ameaçado ou danificado qualquer objeto da casa e alega ter saído com lesões nos braços, pernas e rosto. Daline disse ainda que foi retirada do local pelo companheiro antes da chegada da Polícia Militar.

Apesar da versão apresentada pela suspeita, o delegado Thiago Marques Berger, responsável pela investigação, concluiu que há provas suficientes de autoria e materialidade dos crimes. Ela e o namorado devem responder por violação de domicílio qualificada, lesão corporal leve (três vezes), dano qualificado e ameaça, todos cometidos em concurso de pessoas.

O inquérito reúne também imagens das vítimas com ferimentos no rosto, joelho, braços e cotovelos. Uma delas ainda teria tido parte do cabelo arrancado durante a confusão. O boletim policial também registra a destruição de objetos na residência e uma ameaça da advogada de retornar ao local para matar as vítimas.

Até o momento da publicação desta reportagem, a OAB-MT ainda não se manifestou sobre o caso.