O DJ Netinho Competition, um dos organizadores do evento de som automotivo 'Stock Show', realizado neste domingo (19) na Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), em Cuiabá, usou as redes sociais nesta segunda-feira (20) para reclamar da atuação da Polícia Militar durante uma blitz realizada nas imediações do Parque de Exposições. Segundo ele,  policiais entraram no local disparando balas de borracha e spray de pimenta, assustando os participantes do evento.

Por sua vez, a Polícia Militar afirma que agiu para restabelecer a ordem pública após receber várias denúncias de perturbação de sossego e apreendeu 56 veículos com irregularidades, dentre veículos de passeio e carretas de som automotivo que transitavam de forma irregular. 

Vídeos publicados nas redes sociais mostram que o evento estava lotado. Um homem e uma mulher foram flagrados em cima de um dos stands e pareciam estar simulando sexo oral. Em outro vídeo, uma pessoa narra o momento em que a PM chega e inicia as abordagens. "Cê é louco, rapaziada. A polícia emburacou! Avê! Cê é louco, Rio de Janeiro", dizia enquanto tossia.

"Um evento tradicional que é realizado há 20 anos e que tem todas as documentações. Ontem, antes de começar o evento, creio que foi uma decisão monocrática do comandante da cavalaria. Até porque todo o sistema de segurança sabia do evento, tivemos a surpresa de que foi montada a blitz. A blitz foi até o final do evento, antes de terminar nosso horário, eles (os policiais) entraram por trás, disparando tiros com balas de borracha e spray de pimenta nas pessoas de bem que estavam expondo seus produtos. Fizeram essa coação e a gente ficou sem entender", reclamouo DJ Netinho Competition.

Após a polêmica, o tenente-coronel Rocha, comandante da Cavalaria da Polícia Militar, informou que a blitz não foi montada de uma hora para outra, sendo planejada com antecedência. O militar também informou que as equipes receberam várias denúncias durante a realização do evento de som automotivo, que partiram de mães de crianças autistas moradoras na região, reclamando do som alto. Rocha também destacou que durante a blitz a PM flagrou uma menor que estava dentro de um veículo portando drogas que seriam comercializadas no evento. 

"Era uma operação que foi planejada devido ao histórico dos anos anteriores [do evento]. A Polícia Militar possui a missão constitucional de preservação da ordem pública, de seu restabelecimento quando ela é quebrada. Nosso objetivo é prevenir qualquer tipo de delito através do policiamento ostensivo, e isso foi desencadeado neste domingo. Logo no início dos trabalhos, foram identificados veículos com motores com numeração adulterada. Além disso, foi abordado um veículo com uma menor que estava portando droga. Um homem foi autuado por corrupção de menores, que fez essa movimentação para a menor colocar a droga no evento", informou o militar ao Programa do Pop, da TV Cidade Verde. 

Com relação à reclamação sobre a conduta dos militares, o comandante informou que, no decorrer do evento, o Centro Integrado de Ocorrências e Segurança Pública (Ciosp) recebeu várias ligações por causa do som alto e, em virtude do número de ligações, precisou entrar no evento e usar artefatos não letais. "Foi uma ação técnica, tática de menor potencial ofensivo sempre proporcional", declarou o comandante. 

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