O delegado Guilherme Bortoli, da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos Automotivos (Derfva), explicou o motivo pelo qual o crime cometido contra a adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, morta a mando do padrasto Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos, se enquadra como feminicídio. 

Conforme já noticiado por FOLHAMAX, a adolescente e a mãe, Suellen de Alencastro, foram vítimas de “falso roubo” no bairro Morada do Ouro, onde os criminosos invadiram a residência, fizeram a família refém, fugiram levando um carro modelo HB20 e a jovem, que já estava morta após ser estrangulada pelos criminosos dentro da residência, ainda na tarde de terça-feira (22). 

O mandante seria Benedito, que “convidou” o filho, Gustavo Benedito Junior, de 18 anos, e outros dois adolescentes para cometerem o crime. Bortoli destacou que o crime se enquadra como feminicídio — homicídio motivado pelo gênero —, evidenciando a tentativa de Benedito de exercer domínio sobre as vítimas.

“O crime de feminicídio é um crime que o criminoso ele quer subjugar a vítima por ser mulher né, então a questão da motivação vai clarear essa situação, mas tá nítido que foi pela condição de mulher, um controle, alguns ciúmes, isso vai ser apurado durante as investigações”, disse o delegado em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (23). 

A frieza com que o crime foi executado chocou a sociedade mato-grossense. Ao todo, três homens participaram diretamente da agressão fatal contra Heloísa, e o delegado afirmou que será necessário individualizar a conduta de cada um. No entanto, já é certo que todos agiram em conjunto, seguindo as ordens de Benedito.

“Ele presenciou Heloísa sendo agredida e saiu com a convicção de que ela não sobreviveria. A intenção inicial era que Suelen também fosse vítima de feminicídio, mas os assassinos desistiram durante a execução. Nós vamos ter que individualizar a conduta de cada um deles, mas nós podemos afirmar que teve a atuação direta de todos, dos três”, enfatizou.