A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Alethea Assunção Santos, determinou que a Polícia Federal renove o passaporte de Karla Cecília de Oliveira Cintra, que atuou como assessora do ex-secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf. Ela firmou um acordo de colaboração premiada e sofreu a apreensão do documento há quase 10 anos, no mês de setembro de 2015.

Em decisão publicada nesta sexta-feira (18) a juíza atendeu ao pedido da delatora, que revelou dificuldades em renovar os documentos após obter a sua devolução. “Narra, em síntese, que, ao comparecer à Superintendência da Polícia Federal em Cuiabá/MT, foi impedida de renovar seu passaporte, em razão da existência de restrição judicial atrelada ao presente feito, não obstante a expressa autorização judicial anteriormente proferida”, pede a delatora.

Mesmo atendendo ao pedido da ex-assessora, a juíza lembrou que viagens para fora do país necessitam de autorização judicial. “Permanece hígida a obrigação da colaboradora de autorização do juízo, conforme medida cautelar ainda em vigor”, lembrou a magistrada.

Karla Cecília, além do primeiro escalão do ex-governador Silval Barbosa, foram alvos da operação “Sodoma”, da Polícia Judiciária Civil (PJC). Deflagrada em 2015, as investigações revelaram um esquema de concessão de benefícios fiscais a empresas por meio de pagamento de propina. 

A denúncia apontou que Karla Cecília possuía uma movimentação incompatível com sua renda. Segundo os autos, ela recebia salário de R$ 6 mil por mês de Nadaf, porém, “era regiamente recompensada por sua lealdade”. A PJC revelou que Karla Cecília movimentou entre os anos de 2010 e 2015 mais de R$ 600 mil em cheques, porém, sua renda lícita declarada no período apontava valores muito inferiores, que totalizavam a soma de R$ 393,3 mil.