Uma paciente que fez duas cirurgias de catarata na Caravana da Transformação – política pública da gestão do ex-governador Pedro Taques (Solidariedade), que levava serviços oftalmológicos as cidades de Mato Grosso -, pede na Justiça uma indenização por danos morais. Ela alega que após os procedimentos, realizados em 2018, acabou contraindo toxoplasmose – doença que evoluiu para a chamada “uveíte”, que pode atingir o nervo óptico e a retina, fazendo o paciente perder a visão.

A ação de indenização por danos morais tramita na 5ª Vara da Fazenda Pública de Cuiabá, sob a condução do juiz Roberto Teixeira Seror. Segundo informações do processo, a paciente se dirigiu até o local onde a Caravana da Transformação atendia a população em sua etapa na cidade de Cuiabá.

Ela conta que a cirurgia de catarata do olho direito ocorreu sem maiores problemas, porém, no olho esquerdo, o procedimento não teria sido realizado de forma eficaz e segura. “Pontua que foi realizada primeiramente a cirurgia de catarata no olho direito da requerente, e em 02.05.2018 a requerente retornou ao local para a realização da cirurgia no olho esquerdo, aponta durante a cirurgia do olho esquerdo, a Requerente sentiu imensa dor, porém, achou que fazia parte do procedimento naquele momento. A requerente percebeu, ainda, que o médico “cutucava” muito seu olho durante a cirurgia, no entanto, confiou no trabalho que estava sendo realizado naquele momento”, diz trecho dos autos.

Após o procedimento, a paciente achou por bem se consultar com um oftalmologista particular, que detectou a ocorrência de toxoplasmose – doença que posteriormente teria evoluído para a uveíte. Ela teme perder sua visão e pede a indenização para pagar pelo tratamento oftalmológico.

Figuram como réus na ação o Governo de Mato Grosso e a 20/20 Serviços Médicos, empresa contratada pela gestão Pedro Taques, e que estava por trás da Caravana da Transformação. “Através de consulta com médico particular descobriu que estava com lesão ocular, e contraiu toxoplasmose em virtude da inflamação, consequentemente se transformou em uma doença ocular chamada Uveíte, que é uma doença inflamatória causada pela lesão da cirurgia, demora no atendimento do retorno pós cirurgia, o que lhe causa o risco de perder 100% de sua visão, em razão da desídia do ente público”, conta ela nos autos.

Em decisão proferida no último dia 6 de maio, entretanto, o juiz Roberto Teixeira Seror julgou que a paciente não conseguiu provar “qualquer ilegalidade ou abuso de poder praticado pelo requerente, que possa amparar a concessão da liminar pretendida”. Ele negou o pagamento de indenização por danos morais em sede liminar.

A discussão, porém, ainda não acabou, uma vez que o mérito será analisado. A própria decisão do juiz Roberto Teixeira Seror, que negou em sede liminar o pagamento de indenização, também cabe recurso.