Por 17 votos a 1, a Câmara de Várzea Grande arquivou o pedido de cassação contra o vereador Nilo Campos (PV). O parlamentar foi denunciado por supostamente manter um blog na internet que incentivava a pedofilia e pornografia.

A Comissão Processante instaurada para investigar o vereador divergiu internamente sobre as punições que seriam aplicadas a Nilo Campos. O relator, Miguel Baracat (PT), afirmou que não ficou comprovado o envolvimento do parlamentar do PV com a página virtual. “Após trabalho incessante, constatou que não foi suficiente para a perda do mandato. Sugiro uma advertência moderada ao vereador”, declarou Baracat.

Já o presidente da Comissão, Joãozito de Barros (DEM), que votou pela cassação, admitiu que não ficou comprovado a responsabilidade do vereador na manutenção e abastecimento do blog. “Foi um comportamento desonroso e inescrupuloso, que acabou contribuindo com o incentivo a pedofilia”, afirmou.

O vereador denunciado atribuiu a representação e consequente investigação a uma ação orquestrada pelo presidente da Câmara, vereador Jânio Calistro (PMDB). “Sofro uma perseguição implacável do Jânio Calistro”, reclamou.

Campos ainda classificou como "moradora fantasma" a autora da denúncia, Margarete dos Santos Bonfim. Ele disse ainda que não possui nenhuma página na internet, não sendo o responsável pelo conteúdo. “Fui execrado por esses 90 dias, mas peço aos colegas a compreensão porque não tive nenhuma participação com este blog”, colocou.

Outros parlamentares admitiram que a cassação do parlamentar seria um exagero, uma vez que não ficou comprovado a responsabilidade dele nas postagens no blog. “Disse aqui quando a Comissão foi instalada, que se o vereador Nilo tivesse esta responsabilidade, ele não passaria processo de cassação, mas sim estaria preso”, assinalou o vereador Chico Curvo (PSD).

PROCESSO

O processo contra o vereador foi protocolado na Câmara no final de maio. A Comissão Processante foi instaurada no dia 3 de junho. 

Desde então, foram coletados documentos e depoimentos de testemunhas de defesa e acusação do parlamentar. A denunciante e o presidente da Câmara, vereador Jânio Calistro (PMDB), também foram ouvidos.