A coligação “União para Continuar Avançando” - liderada pelo atual prefeito e vice de Primavera do Leste (236 Km de Cuiabá), derrotada nas eleições de 2024 - desistiu de um recurso que questionava o registro de candidatura do vencedor do pleito, Sérgio Machnic (PL). O motivo da desistência foi um acordo realizado entre os dois grupos políticos.

Segundo um processo que tramita no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MT), a coligação “União para Continuar Avançando”, encabeçada pelo candidato a prefeito, atual vice em Primavera do Leste, Ademir Goes (União), questionava uma condenação sofrida por Machnic. No ano de 2011, o prefeito eleito foi flagrado dirigindo um veículo roubado, resultando numa condenação pelo crime de receptação em 2017.

Ambos os grupos políticos - o de Ademir Goes e Leo Bortolini (atual prefeito), de um lado, e Sérgio Machnic, vencedor em 2024, do outro -, ingressaram com recursos no Poder Judiciário, cada um defendendo seus interesses. Enquanto Goes e Bortolini tentam impedir a posse do adversário, Machnic aponta que a condenação não é suficiente para vetar o exercício de seu mandato.

No recurso que questionava a posse do ganhador do pleito, porém, a coligação “União para Continuar Avançando” desistiu de interpelar judicialmente o adversário em razão do “acordo”. Os autos não revelam quais teriam sido os termos do “negócio” firmado entre os grupos adversários.

No processo, o ganhador das eleições confirma o acordo, ao mesmo tempo em que sublinha que o negócio não engloba “qualquer intenção de desistência, em relação a recursos a serem interpostos a favor de Sérgio Machnic“. Assim, petições ou ações favoráveis ao prefeito eleito permanecem válidas.

O TRE/MT analisou o processo em julgamento da última quinta-feira (19). Os membros da Corte Eleitoral seguiram por unanimidade o voto do relator dos autos, o jurista Pérsio Oliveira Landim.

No voto, Landim homologou a desistência nos autos do grupo derrotado nas eleições de 2024 em Primavera do Leste. No mesmo processo, ele também negou o recurso de Sérgio Machnic, que questionou os fundamentos da decisão que o permitiu concorrer às eleições, mesmo sub judice.

O julgamento não altera o resultado da eleição. Machnic teve 60,36% dos votos no pleito deste ano contra 39,64% de Ademir Goes.