Política

Quarta-Feira, 25 de Junho de 2025, 23h13

ESTACIONAMENTO

Consórcio aciona TCE para aumentar preço e tenta censurar Abilio

CS Mobi quer obrigar que atual gestão pague R$ 650 mil por mês

LEONARDO HEITOR

Da Redação

 

A empresa CS Mobi, que administra o estacionamento rotativo em Cuiabá, ingressou neste mês com uma representação externa no Tribunal de Contas do Estado com uma série de pedidos, entre eles o reajuste nas tarifas cobradas dos proprietários de veículos, garantia da contrapartida mensal de R$ 650 mil e tentar impedir que o prefeito da capital, Abílio Brunini (PL), faça declarações insinuando o rompimento do contrato celebrado na gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). O conselheiro Waldir Júlio Teis, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), deu um prazo de cinco dias ao prefeito e atual secretária de Mobilidade Urbana, Vânia Rosa, para responderem aos questionamentos da organização antes de tomar uma decisao.

Em 2022, a CS Mobi firmou um contrato de PPP (Parceria Público Privada) com a Prefeitura de Cuiabá, válido pelo período de 30 anos, que autoriza a exploração do estacionamento rotativo na região central. Em contrapartida, a empresa ainda é responsável pelas obras do Mercado Municipal Miguel Sutil, localizado no Centro de Cuiabá.

Na representação junto ao TCE, a CS Mobi alega a ocorrência de ameaças de descumprimento contratual por parte do município, inclusive com declarações públicas do público "de rescisão unilateral sem respaldo técnico, jurídico ou indenizatório". Segundo a empresa, as manifestações de Abilio seriam, supostamente, motivadas por interesses político-eleitorais.

A concessionária apontou, na ação, que permanece cumprindo com suas obrigações e vem realizando os investimentos previstos, embora o Município esteja inadimplente quanto às contraprestações de R$ 650 mil mensais, definidas em contrato. O contrato estabelece remuneração mensal com base na arrecadação do estacionamento rotativo, sendo assegurado, em caso de insuficiência de receita em cima das vagas, o aporte de recursos públicos para manter o equilíbrio econômico-financeiro.

Na ação junto ao TCE, é pedido pela empresa que a Prefeitura somente promova a extinção contratual após demonstrar, perante o próprio Tribunal, a viabilidade técnica, econômica e financeira da medida. A CS Mobi solicitou ainda que Abílio se abstenha de dar declarações sobre a execução contratual, além de realizar o pagamento dos valores devidos e regularize as contraprestações futuras.

A empresa solicitou ainda que a Prefeitura apresente uma nova garantia contratual e se abstenha de adotar qualquer conduta que comprometa a continuidade da concessão. Posteriormente, a CS Mobi pediu que seja aberta uma mesa técnica para deliberar sobre o reajuste da contrapartida, celeridade na validação das Tarifas de Pós Utilização (TPUs).

Por fim, a concessionária solicitou ainda a criação de um canal direto com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), além da disponibilização de informações sobre autuações e valores arrecadados desde o início da concessão e medidas para garantir a adequada ocupação das vagas de estacionamento rotativo. Na decisão, o conselheiro postergou a análise do pedido de liminar, solicitando primeiro a manifestação da Semob e dando prazo de 5 dias para que o prefeito e sua vice, Vânia Garcia Rosa, que comanda a pasta, apresentem as informações que entenderem necessárias nos autos.

“Diante do exposto, recebo esta Representação de Natureza Externa, adiando, até ulterior análise das informações preliminares, o juízo de admissibilidade e a eventual expedição de tutela provisória de urgência, e determino a citação do Sr. Abilio Jacques Brunini Moumer, Prefeito do Município de Cuiabá, e da  Sra. Vânia Garcia Rosa, Secretária Municipal de Mobilidade Urbana de Cuiabá, para que, no prazo de 5 dias úteis, manifestem-se sobre o teor das supostas irregularidades apresentadas pela Representante”, diz a decisão.

Comentários (7)

  • Citizenship |  26/06/2025 08:08:48

    Alguns anos passados, a "direita" unia-se em discurso para defender um ajuste minimalista dos governos, em que a atração de investidores privados era considerado essencial para que o Estado reduzisse a carga tributária sobre a sociedade. Pois bem, investidores privados exigem segurança jurídica, o que quer dizer que os contratos que assinam com os governos precisam ser preservados, não sendo passíveis de interrupção cada vez que os governantes acham que podem escolher as empresas para criticarem. Contratos só podem ser questionados e rompidos quando situações fáticas e objetivas demonstrarem desobediência pelas partes dos objetivos pactuados, o que implica indenizar à parte prejudicada. Contratos não podem ser objetos de marketing em busca de popularidade fácil.

  • elias  |  26/06/2025 08:08:43

    kkk prefiro pagar um estacionamento privado do que pagar na rua e ainda nao ter garantia, esse CS Mobi é uma vergonha para cuiaba

  • ANTONIO |  26/06/2025 08:08:12

    ESTE CONTRATOR E UMA ABERRAÇÃO ATE EU QUERIA UM CONTRATO DESSE TODO MES GANHAR 650.000,00 SE NÃO TEM CLIENTE EU POSSO FALAR QUE NÃO TEM CLIENTE E PRONTO, TEM RESCINDIR ESTE CONTRATO URGENTE

  • Cidadão Cuiabano |  26/06/2025 08:08:02

    Boa oportunidade de o TCE botar uma lupa nesse contrato de concessão e dar uma resposta à sociedade que foi colocada à mercê dessa "trem" por 30 anos.... Parece que há uma coleção de caroços nesse angu....

  • Jotinha |  26/06/2025 06:06:27

    Essa é mais uma herança do Paletó!Não tem que ter aumento algum,tem que tirar essa empresa fora.E ainda querem censurar o prefeito...mais censura?!!! Quando vou ao centro prefiro pagar mais num estacionamento do que parar na rua.

  • Naldo |  26/06/2025 06:06:25

    Esse contrato é um poço de corrupção, uma vergonha? típica coisa de Nenel Paletó

  • Beto |  26/06/2025 04:04:37

    Esse contrato e nocivo para cba

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