Política

Quarta-Feira, 31 de Maio de 2017, 15h17

FIM DA SUSPEIÇÃO

Desembargador volta a julgar Sodoma após decisão de filho em MT

Filho de desembargador deixou a defesa de ex-chefe de gabinete Sílvio Correa

DIEGO FREDERICI

Da Redação

 

O desembargador da Segunda Câmara Criminal, Rondon Bassil Dower Filho, declarou estar apto a julgar os recursos provenientes da operação “Sodoma”, que investiga um esquema de pagamento de propina a agentes públicos em troca da concessão de incentivos fiscais e manutenção de contratos de empresas com o Governo do Estado. Ele havia se declarado impedido de analisar esses casos em janeiro de 2016 pois seu filho, o advogado Leonardo Moro Bassil Dower, atuava na defesa do ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Sílvio César Correa de Araújo.

Sílvio, porém, dispensou os serviços de Leonardo Dower no dia 20 de abril de 2017, fato que afasta o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) de uma eventual “parcialidade” no julgamento na “Sodoma”. A sessão da Segunda Câmara Criminal que admitiu a volta de Rondon Dower Filho ao caso ocorreu nesta quarta-feira (31).

Desde que Rondon se declarou suspeito, outros magistrados participaram de julgamentos referentes a “Operação Sodoma. Entre eles, estão o juiz convocado Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, e os desembargadores Orlando Perri e Paulo da Cunha. O outro membro da 2ª Câmara é o desembargador Pedro Sakamoto.

Rondon já havia se declarado suspeito de julgar os recursos da Sodoma em junho de 2016 quando o desembargador Alberto Ferreira de Souza, que também faz parte da Segunda Câmara Criminal do TJ-MT, considerou que Leonardo Dower estava impedido de advogar para Sílvio César de Araújo, uma vez que seu pai (Rodon) já estava atuando nos recursos provenientes da operação “Sodoma”.

Na época, o filho de Rondon foi denunciado ao Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Mato Grosso (OAB-MT), fato que motivou o pedido de suspeição do desembargador.

Sílvio César Corrêa Araújo foi preso em março de 2016  durante a deflagração da 3ª Fase da “Sodoma”, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro utilizando a negociação de um terreno em Cuiabá. Apontado como “braço direito” do ex-governador Silval Barbosa, ele é acusado de receber R$ 25 mil no esquema, que teria movimentado R$ 12,7 milhões.

Além disso, o ex-chefe de gabinete é acusado de ameaçar outros integrantes da suposta organização criminosa que firmaram acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Estadual (MP-MT).

COLABORAÇÃO

Leonardo Bassil Dower deixou a defesa de Sílvio Correa sob alegação de “foro íntimo”. No entanto, nos bastidores uma confissão ou até mesmo a delação premiada do ex-chefe de gabinete é dada como certa.

“Braço direito” do ex-governador, Sílvio deve adotar a mesma estratégia já anunciada por Silval. O ex-governador, que já confirmou que pretende confessar os crimes, também mudou os advogados. 

 

Comentários (2)

  • adriano |  31/05/2017 19:07:59

    Nossa eu acredito em papai noel, coelhinho da pascoa e pônei maldito!....é julgamento de cumpadre essa do desembargador e o filho dele....jogada articulada...conta recheada....desembargador Rondon não é bobo....mais afinará a caneta com toda certeza.

  • Joesley |  31/05/2017 16:04:18

    Huuuuuuuuum sei, jogo combinado!! A gente merece, afinal, estamos acostumados.

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