O ex-governador de Mato Grosso e presidente estadual do MDB, Carlos Bezerra, negou nesta quarta-feira (6) que haja debandada de parlamentares da legenda, como os deputados federais Emanuelzinho e Juarez Costa. Segundo ele, apesar das especulações, ambos devem permanecer no partido.

“Não há debandada nenhuma. Todos vão ficar no partido. Eles têm conversado com outras lideranças do MDB, que também estão trabalhando nisso. A notícia que me deram é que deverão ficar”, afirmou Bezerra, apesar de admitir não ter ouvido isso diretamente dos deputados.

Mesmo afastado de cargos eletivos, Bezerra continua atuando como presidente de honra da sigla e diz acompanhar de perto os bastidores políticos e arranjos para a eleição de 2026. Com bom humor, quando questionado sobre sua ocupação atual, respondeu: “Vadiando”. Na sequência, completou: “Mas vou estar ajudando, dando palpite. Tenho alguma experiência, né?”.

O ex-governador revelou que o MDB está conversando com o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, apesar das diferenças ideológicas entre as duas legendas. “Nós já nos aliamos em vários lugares do Brasil, inclusive em São Paulo, eles nos apoiaram. Acho que tem que ver aqui o interesse de Mato Grosso e a composição possível. Mas será para o ano que vem, esse ano não”, declarou. 

Bezerra também foi direto ao comentar o distanciamento entre o MDB e o governo Mauro Mendes (UB). Segundo ele, o partido foi deixado de lado mesmo após contribuir para a eleição do governador. “O Mauro nos enxotou do governo. Foi ruim demais. Era para termos duas secretarias, terminamos com uma. E essa uma que nós tínhamos, fomos enxotados dela.”

Questionado se considerava a atitude uma traição, Bezerra desconversou, mas deixou claro o desconforto. “Não sei se foi ele ou se foi o vice dele [Otaviano Pivetta], que é um cara complicado. Mas nos enxotaram.” Para ele, a forma como o governo tratou a deputada estadual Janaina Riva (MDB) também contribuiu para o rompimento.