O grupo Galvão Engenharia colocou a venda companhias da CAB Ambiental em 18 municípios. Trata-se de uma medida administrativa do grupo financeiro para ganhar alívio financeiro, em meio à crise econômica agravada pelo envolvimento na Operação Lava Jato da Polícia Federal. A informação foi divulgada no jornal Folha de S. Paulo. 

De acordo com a publicação, o GP Investimentos apresentou proposta de R$ 800 milhões pela empresa, mas o negócio ainda não foi fechado. A Galvão pediu R$ 1,4 bilhão pela companhia.

Outras empreiteiras de grandes grupos econômicos também estão colocando a venda parte de seus empreendimentos. Para pagar dívidas bilionárias, essas empresas estão promovendo um feirão de concessões de aeroportos, rodovias, empresas de saneamento e estaleiros.

A CAB Ambiental é administradora do serviço de fornecimento de água e tratamento de esgoto em Cuiabá. Até o momento, não há confirmação de venda da empresa em Cuiabá, responsável em substituir a Sanecap (Companhia de Saneamento da Capital).

O contrato firmado em 2012 tem validade de 30 anos, porém, tem gerado insatisfação no município pela notória ineficiência, como o não cumprimento da meta de universalizar a distribuição de água tratada em 3 anos. 

A Prefeitura de Cuiabá encaminhou notificação exigindo da CAB Ambiental informações referentes a sua capacidade de investimento nos próximos anos. 

Em entrevista a TV Record, o procurador geral do município, Rogério Gallo, informou que o contrato pode até ser rescindido se não houver garantias concretas de um plano de investimentos que assegure o cumprimento das metas.

Crise sem fim

Pela suspeita de envolvimento no esquema de desvio de dinheiro da Petrobrás, a Polícia Federal prendeu no desdobramento da Operação Lava Jato o diretor-presidente e membro do conselho de administração do grupo Galvão Engenharia, Dario de Queiroz Galvão Filho.

Antes, a PF já havia prendido Erton Fonseca, outro diretor do grupo empresarial. A Galvão Engenharia já ingressou com pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro. O objetivo do procedimento, em que fornecedores e credores deixam de ser pagos, é evitar a falência.