Terça-Feira, 06 de Março de 2018, 00h52
PROPINA POR INCENTIVOS
Justiça de MT aceita delação dos irmãos Friboi e pede cópia de inquéritos ao STF
Porém, acordo pode ser anulado e gerar "efeito cascata" também em Mato Grosso
LEONARDO HEITOR
Da Redação
O juiz Marcos Faleiros, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, aceitou no âmbito estadual o acordo de colaboração premiada feito pelos irmãos Joesley e Wesley Batista e também dos executivos Valdir Aparecido Boni e Francisco de Assis e Silva, homologada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ministro Edson Fachin. Os irmãos afirmaram que pagaram propina ao ex-governador Silval Barbosa (sem partido) para terem benefícios fiscais ilegais em Mato Grosso.
A decisão foi acatada na semana passada pelo magistrado contrariando parecer do Ministério Público Estadual. “Ante o exposto, recebo a homologação dos acordos de colaboração premiada, devendo a gestora solicitar as mídias dos depoimentos dos colaboradores perante o STF”, diz o despacho.
O acordo recebido, porém, pode ser desfeito a qualquer momento. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, rescindiu os acordos da delação premiada.
A decisão foi enviada na última semana para o ministro Edson Fachin, que precisa homologá-la. Dodge considerou que os dois descumpriram termos da delação.
A rescisão retira os benefícios que haviam sido dados aos delatores, mas não inviabiliza as provas apresentadas por eles. Para a procuradora-geral, Wesley e Francisco deixaram de informar ao Ministério Público fatos ilícitos, como a atuação do então procurador Marcello Miller em favor da J&F.
A atuação do ex-procurador está sendo investigada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. Em sua delação, o presidente da JBS, Wesley Batista, afirmou que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) o ligou “apavorado” pedindo para que o empresário pagasse uma dívida de R$ 7,5 milhões que o então chefe do poder executivo possuía com o proprietário da Agropecuária Carolmila Ltda, de Colíder.
Wesley contou que o dinheiro deveria ser “abatido” de uma propina de R$ 10 milhões que a organização pagava anualmente, entre os anos de 2012 e 2014, ao grupo de Silval. De acordo com o delator, o total da propina acordada entre o ex-governador e a organização era de R$ 30 milhões.
Ao todo, segundo Wesley, R$ 70 milhões deixaram de ser pagos, em créditos de ICMS. O crédito indevido de R$ 70 milhões, porém, não passou despercebido pelo controle da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-MT), que multou a JBS em R$ 200 milhões.
O fato motivou uma ação civil pública por improbidade administrativa proposta pelo MPE-MT, que pediu o bloqueio de mais de R$ 70 milhões da JBS na Justiça. Wesley afirma que após uma “longa discussão” com a promotora Ana Cristina Bardusco, chegou a um acordo com o órgão, devolvendo R$ 376 milhões, onde inclusive teria confessado o pagamento de propina a Silval Barbosa.
O repasse dos recursos de R$ 176 milhões foi feito no ano de 2015. Apesar do acordo, a JBS ainda segue debatendo na Justiça a ação da multa de cerca de R$ 70 milhões.
Raimundo | 06/03/2018 09:09:38
Falou em justiça estadual, não vai dar nada não! Os envolvidos não precisam nem se preocupar. Agora se for Maria da Penha, motorista alcoolizado ou roubo de galinhas, aà sim, aparece um monte de gente valente querendo mostrar serviço.
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