O juiz Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, absolveu o ex-prefeito de Brasnorte, Eudes Tarciso de Aguiar, em uma ação penal oriunda da Operação Sem Saída, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2018. A investigação apurava um grupo que lavava dinheiro para o narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, mais conhecido como "Cabeça Branca", considerado o maior traficante do Brasil quando foi detido, em 2017.

A sentença foi publicada pelo magistrado no início da noite de segunda-feira (16) e absolveu o ex-prefeito, que era suspeito de integrar organização criminosa e lavagem de dinheiro. O político acabou sendo alvo da investigação por conta das sociedades empresariais que mantinha com seu irmão, Alessandro Rogério de Aguiar, o “Ursinho”, que acabou sendo condenado a 14 anos de prisão.

Durante a deflagração da Operação Sem Saída, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão em Brasnorte, Tapurah, Juara, Nova Maringá e Cuiabá. Ela se tratava de um desdobramento da Operação Spectrum, que investigava a organização criminosa comandada por Luiz Carlos da Rocha, o ‘Cabeça Branca’. Só em bens bloqueados, foram mais de R$ 100 milhões, segundo a Polícia Federal, o que incluiu 11 mil hectares de fazendas em Mato Grosso.

A Justiça entendeu que não haviam provas contra o ex-prefeito. “Quanto a Eudes Tarciso Aguiar, não há nenhuma prova ligando o réu ao acusado Luiz Carlos. Conjuntamente, restou demonstrado que na época dos fatos ele atuava na política do município de Brasnorte, primeiro como vereador, depois como prefeito. A prova testemunhal foi igualmente forte e coesa quanto ao fato de que ele não representava e nem administrava as empresas da família, visto que essas eram atribuições de Alessandro Aguiar e do pai Eudes Aguiar”, aponta trecho da decisão obtida com exclusividade pelo FOLHAMAX.

Eudes Tarciso de Aguiar chegou a ficar preso entre 30 de novembro de 2018 a 11 de abril de 2019, quando foi solto. Por conta da absolvição, o magistrado também determinou que ele fique livre das medidas cautelares que foram impostas após sua soltura.

Além do ex-prefeito, outros cinco réus acabaram sendo inocentados pelo juiz federal. “Em face do exposto, julgo parcialmente procedente a pretensão punitiva constante na denúncia para absolver os réus Mauro Augusto Laurindo da Silva, Maria de Fatima Azoia Pinoti, Marcos Luiz Pinto, Eudes Tarciso de Aguiar, Erika do Prado Macedo e Álvaro Andre Gomes, das imputações que constam da denúncia”, diz a sentença.