Mesmo sendo historicamente um debate considerado morno, o encontro dos candidatos ao Governo do Estado na TV Centro América na noite desta terça-feira (02) “fugiu a regra” e foi marcado por indiretas e troca de acusações. Este foi o penúltimo debate entre os postulantes ao Palácio Paiaguás antes da eleição de domingo.

Nesta quinta, haverá um novo debate na Rádio Centro América. Os candidatos Pedro Taques (PSDB), Wellington Fagundes (PR), Mauro Mendes (DEM) e Moises Franz (PSOL) responderam perguntas relacionadas à saúde, educação, segurança pública, mobilidade, carga tributária, infraestrutura, urbana entre outros assuntos do serviço público. 

Durante o bloco de perguntas, o primeiro a responder foi Mauro Mendes ao ser questionado pelo candidato Moises Franz sobre as promessas que fez e não cumpriu quando esteve a frente da prefeitura de Cuiabá em 2013. Ele explicou que pegou dois anos de crise no país, mas mesmo assim considera seu desempenho na prefeitura bem satisfatório.

O candidato ainda reforça que sendo eleito terá condições de fazer muito mais e investir recursos nos municípios. No entanto, o candidato Moises Franz chamou atenção do eleitor quanto os candidatos que “prometem e não cumprem”.

Ele alertou que seus adversários eram todos do mesmo grupo político e agora se dividem, sempre contando com apoio de grupos econômicos. “Promessas após promessas, e quem sente na pele é a população”, desabafa o candidato do PSOL. 

Franz também perguntou ao governador Pedro Taques (PSDB), candidato a reeleição, das propostas para o funcionalismo público, e pontuou principalmente em relação ao Reajuste Geral Anual do servidor, que tem sido um enfretamento constante na gestão do tucano. Entretanto, Taques disse que problemas com RGA foi criado pelo Tribunal de Contas do Estado ao determinar que o executivo não poderia pagar o RGA, mas ele destaca que foi ele quem assinou documento pedindo ao TCE que autorizasse o pagamento, o que acabou sendo deferido.  

Na resposta, o tucano ainda alfinetou Mauro Mendes, ao lembrar que o ex-prefeito de Cuiabá, impediu a progressão de carreira dos servidores da capital em 2016. “Nós cumprimos todas as progressões de carreira, 42 mil servidores dos 70 mil tiveram progressão de carreira na nossa administração, diferente do município de Cuiabá que na administração passada que cortou a progressão de carreira para os seus servidores”, destaca. 

No tema servidores públicos, Wellington Fagundes também criticou o democrata, afirmando que ele já anunciou demissões do serviço público. Mendes indignado disparou que não é dever do Estado gerar emprego e sim da iniciativa privada. 

Em relação ao serviço público, lembrou que a atual gestão realizou diversos concursos, mas os aprovados ainda nem foram chamados. “Vamos priorizar chamar os aprovados nos concursos que já existem. Tem na Educação, no sistema penitenciário e no Detran”.

Na oportunidade, aproveitou para contestar o que Taques teria dito sobre ele ter suspendido a progressão de carreiras na prefeitura. “Quando eu fui prefeito de Cuiabá, eu fiz sim um decreto de contingenciamento no mês de janeiro, só que em agosto, este decreto foi revogado. O senhor está mal informado ou está faltando com a verdade”, disparou. 

Rebatendo os argumentos do democrata, Fagundes lembrou ao ex-prefeito que ele terá que começar a cortar os cargos do qual indiciou ao ex-aliado. Segundo o republicano, os adversários são aliados e representam um único projeto. “O candidato Mauro já vai começar pedindo ao candidato Pedro exonerar do governo, tantos cargos que ele indicou e que ainda está presente no governo. Por isso eu tenho insistido os dois estão juntos”, declara o republicano.

Moisés Franz acusou Mendes de receber apoio dos “velhos políticos” que foram rejeitados nas urnas e já estariam loteando cargos no executivo em troca de apoio. “Peço atenção do eleitor nas propostas de um candidato que é apoiado por políticos que foram rejeitados nas urnas”. 

CORRUPÇÃO

O tema corrupção também foi abordado no debate. Mendes lembra que o governo atual foi marcado por vários escândalos de corrupção, citando as Operações Rêmora, Bereré e ainda a Grampolândia Pantaneira. Sobre Fagundes, disse que ele não pode falar em honestidade, por responder processo no Tribunal de Contas da União e no Supremo Tribunal Federal. “Para combater a corrupção, você tem que dar o exemplo foi isso que fizemos em Cuiabá e deu muito certo. Exemplo é o mais importante, coisas que alguns candidatos aqui não pode falar, o candidato Wellington Fagundes por exemplo responde no TCU. Eu peço inclusive para minha equipe que suba nas redes sociais. O processo sobre corrupção, ele é réu por corrupção com desvios na saúde”, completa. 

O republicano respondeu que não é réu em nenhum processo por corrupção. Já Pedro Taques, admitiu que existiram esquemas em seu governo, mas o diferencial foi a forma como foi tratada. “Não jogamos o lixo para debaixo do tapete, não passamos a mão na cabeça de ninguém. Podem falar muitas coisas de mim, menos que não sou honesto”.

Em contrapartida, o candidato Moises Franz pede para que o telespectador pesquise a vida do candidato Mauro Mendes, que tem processo na 3° Vara de Mato Grosso por compra de mineradora em parceria com o ex-governador Silval Barbosa. 

“Nós precisamos saber quem são os candidatos, quais processos que respondem, corrupção é o mal que leva o dinheiro público pelo ralo”.