A engenheira Nilza Ramos Pires foi denunciada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) por perseguir e ameaçar uma mulher apontada como ex-noiva do ex-juiz federal Julier Sebastião (PT),  a quem ele acusou de tê-la engravidado. No mesmo período, a mulher acusou o ex-deputado Neri Geller de ter supostamente a forçado a cometer um aborto sem seu consentimento.

Em contato com FOLHAMAX a mulher envolvida na situação afirma que nunca foi noiva de Julier, pois segundo ela, o suposto relacionamento dela com o ex-juiz foi inventado por Nilza. Ela garante ainda que tanto ela quanto o ex-juiz já prestaram depoimentos à Polícia Civil afirmando que nunca tiveram qualquer relacionamento. Ela garante que era somente uma "seguidora" dele nas redes sociais. 

Geller registrou um boletim de ocorrência contra Nilza Pires. De acordo com o inquérito da Polícia Civil, onde está registrado o depoimento da mulher ameaçada por Nilza, no período das acusações, Nilza mantinha relacionamento com Julier e tinha interesses econômicos.

A conduta de Nilza configura crime de perseguição, conforme tipificado no artigo 147-A do Código Penal, o que levou o MPMT a instaurar uma denúncia em face da engenheira. O documento, datado em 8 de março de 2023, frisa que Nilza perturbava a “paz e a liberdade” da ex-companheira de Julier.

Em março de 2021, o então deputado federal Neri Geller (PP) registrou boletim de ocorrência contra ex-servidora da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Nilza Ramos Pires, de 45 anos, por extorsão, calúnia, difamação e coação. O parlamentar afirma que saiu uma noite com a denunciada, no início de 2020 e desde então, recebe ameaças e é alvo de extorsão, entre outros crimes.

Informações contidas dentro do processo ainda revelam que a engenheira agia da mesma maneira, utilizando uma gravidez, para ameaçar e extorquir tanto o ex-deputado federal quanto Julier. Em mensagens que constam no inquérito, Nilza questiona a mulher sobre seu relacionamento com o ex-juiz federal. “O que você é do Julier? Ele me largou grávida dizendo que estava sem tempo porque estava na polícia, to vendo a política desse nojento”, diz parte do depoimento realizado no dia 26 de abril.

Oliveira Santos afirma que sequer respondeu a mensagem. No entanto, passou a receber cada vez mais ameaças, o que a levou a fazer uma queixa contra Nilza. “Eu dou 10 dias para você sair do Brasil ou tenho um primo da Rotam que irá te matar e saber onde te achar”, era algumas das ameaças. Nilza chegou até mesmo a envolver a filha de 13 anos da mulher que ela alegava que seria noiva de Julier

A mulher afirma ainda que não possui nenhuma relação com Geller e tomou conhecimento do caso em que ele estava envolvido pela repercussão na mídia que lhe chamou a atenção, “pois envolvia como vítima a Sra. Nilza com quem tem batalha judicial anterior à repercussão do investigado nas mídias”. “Como a Nilza dizia estar grávida de Julier Sebastião e teria supostamente perdido a gestação no dia 12/06/2020, ao mesmo tempo em que dizia estar grávida do investigado Neri Gueller, e teria supostamente abortado a gestação no dia 11/05/2020?”, confronta. 

O ex-deputado federal Neri Geller manteve seu posicionamento desde que o caso veio à tona, e reitera ter sido "vítima de chantagens financeiras". Ele admite que se relacionou apenas uma vez com a acusadora, e que quando foi informado da gravidez, assumiria suas responsabilidades caso fosse comprovada a sua paternidade.