Sexta-Feira, 16 de Maio de 2025, 21h24
OPERAÇÃO POÇO SEM FUNDO
PC alega que grupo criou "empresa fantasma" só para desvios em MT
Segundo investigação, JM não tem sede física
BRENDA CLOSS
Da Redação
Uma empresa fantasma que teria sido criada exclusivamente para desviar recursos públicos é o principal alvo de investigação em contratos da Companhia Matogrossense de Mineração (Metamat). Trata-se da JM Poços Artesianos e Transportes Rodoviários Ltda, contratada em 2023, que, segundo auditoria da Controladoria-Geral do Estado (CGE-MT), não possui sede física, tampouco meios de contato, e foi utilizada, segundo os investigadores, para o desvio de recursos públicos.
A informação consta na decisão judicial que decretou a Operação Poço sem Fundo, conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), e que descobriuum esquema de desvio de R$ 25 milhões. “Os elementos aqui postos estão a evidenciar que a JM Poços Artesianos e Transportes Rodoviários LTDA foi utilizada de modo contundente para o desvio de recursos públicos, bem como que não possui sede física, tampouco contato telefônico, circunstâncias que, preliminarmente, induzem à compreensão de que a pessoa jurídica se trata de empresa fantasma, que na atualidade possui o fim exclusivo de angariar vantagem ilícita”, diz trecho.
Apesar da filial da empresa e supostamente operar no mesmo local da matriz, não há sede física comprovada nem meios de contato existentes. Além disso, o capital social da empresa dobrou em menos de um mês, movimento considerado atípico e suspeito pela equipe de auditoria.
O relatório revela ainda que a JM Poços compartilha o mesmo contador – Jeferson Marinho de Mello – com a empresa P.M. Bonini, também contratada pela Metamat e que as duas empresas já tiveram os mesmos procuradores: Danielle Cristine Gabriel de Moraes, Josiane Carmo de Brito e Alex Sandro da Rosa Pedroso. A pessoa física beneficiada pelo contrato firmado com a JM Poços, segundo a representação, foi Cristiane Pirelli de Almeida, cuja relação com a empresa está sendo detalhadamente apurada.
A suspeita é de que tenha atuado como “testa de ferro” no esquema. “Circunstâncias que, preliminarmente, induzem à compreensão de que a pessoa jurídica se trata de empresa fantasma, que na atualidade possui o fim exclusivo de angariar vantagem ilícita e beneficiar os integrantes da associação criminosa”, afirma o documento oficial.
Mesmo com todos os indícios levantados, a JM Poços Artesianos recebeu da Metamat, apenas no ano de 2024, o montante de R$ 901.957,50, segundo registros extraídos do Sistema Fiplan. Também causou estranheza o aumento exorbitante do capital social da empresa em poucos meses. “Chama atenção que o capital social integralizado passou de R$ 100.000,00 para R$ 750.000,00 em 27 de junho de 2023 e, menos de um mês depois, em 18 de julho de 2023, dobrou de valor, atingindo o montante de R$ 1.500.000,00. Na sequência, em setembro de 2023, foi assinado o Contrato n.º 12/2023 com a Metamat”, apontou o relatório.
O conjunto de evidências configura um padrão de atuação entre as empresas envolvidas, com vínculos contábeis e jurídicos que sugerem a existência de um núcleo empresarial estruturado para o desvio de verbas públicas mediante contratos simulados, ausência de obras concluídas e até saques em espécie com finalidade de ocultação patrimonial.
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