Nesta semana, vereadores do Partido Liberal (PL) em Mato Grosso ganharam as manchetes com escândalos de grande repercussão envolvendo acusações de corrupção e crimes sexuais contra menores. As denúncias colocaram a sigla negativamente em evidência, gerando reações diversas dentro do partido.

As primeiras repercussões começaram na manhã de segunda-feira (2), com a prisão do vereador de Canarana, Dr. Thiago (PL), sob suspeita de abuso sexual contra menores. A polícia encontrou com ele imagens pornográficas envolvendo crianças e adolescentes. Diante da gravidade das acusações e da repercussão do caso, o parlamentar foi afastado do partido.

Outra polêmica envolvendo um nome do PL ocorreu quinta-feira (5), quando o vereador Chico 2000 (PL), de Cuiabá, foi alvo da Operação Rescaldo, que apura compra de votos nas eleições de 2024 em Cuiabá e Várzea Grande. Ele já havia sido afastado em abril por suspeitas de corrupção na Câmara de Cuiabá.

Algumas lideranças da sigla bolsonarista buscaram “pessoalizar” as polêmicas deixando claro que as denúncias não tinham relação com a sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas, sim, com a investigação de crimes que diziam respeito exclusivamente aos investigados.

O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou que os episódios não podem ser atribuídos à sigla. “Muitas vezes alguém faz essa comparação, certo? Mas isso não tem a ver com o nosso partido. Isso tem a ver com pessoas. Estou querendo dizer que não dá para eu responsabilizar um partido pela atividade individual”, disse. “Quando a gente recebe afiliação de alguém, como, por exemplo, o médico lá de Canarana, o cara é médico, como que a gente ia saber que ele ia estar envolvido num escândalo como esse? É diferente você ter casos que são vinculados diretamente ao diretório partidário, mas é. A gente não tem como filtrar”, completou.

A vereadora e primeira-dama de Cuiabá, Samantha Iris (PL), também comentou sobre o fato. “É um caso grave e continuo reforçando que precisamos de leis mais duras. Esses criminosos não podem se perpetuar. Espero que apodreça na cadeia mesmo, porque a gente não tem pena de morte ainda para tipos de pessoas como essa”, disse. Ela ainda defendeu medidas como a castração química e criticou a inércia legislativa. “É uma coisa que fica parada no Congresso”, disse.

Ao comentar sobre Chico 2000, a parlamentar manteve cautela. “Acho que tanto partidário quanto na Câmara Municipal é aguardar que sejam feitas as investigações e que sejam tomadas providências pelos órgãos responsáveis. O que a gente pode fazer é lamentar e esperar”, disse.

 Já a presidente da Câmara de Cuiabá, Paula Calil (PL), classificou Thiago como “monstro". “Como mãe, como mulher, como cidadã, eu falo que ele é um vereador, médico e monstro. Os crimes pelos quais ele está sendo acusado são bárbaros. É uma pessoa que deve receber a penalidade máxima da Justiça”, disse.

A mesma linha foi seguida pelo vereador Rafael Ranalli (PL), que apresentou moção de repúdio. “Um canalha. Só reforça a minha fala de que bandido bom é bandido morto. Um monstro, logo um cara que deveria defender e proteger a vida, tanto como médico quanto como político... abusador de menininhas deveria ir pra vala. Já passou da hora de discutirmos pena de morte e prisão perpétua neste país”, pontuou.

O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) defendeu punições extremas. “Eu não conheço o vereador, não tenho contato com ele, não sei quem ele é, mas eu sou favorável que no nosso país nós termos, inclusive, pena de morte para crimes dos quais ele está sendo acusado. No mínimo a castração [química], que eu já falei várias vezes. Continua o mesmo [pensamento] não me interessa quem seja”, disse.