Política

Sábado, 26 de Setembro de 2015, 12h15

ROMBO BILIONÁRIO

Sem alarde, PC faz devassa nos incentivos de 2 empresas em MT

City Lar e Friboi estão na segunda fase da Sodoma

Da Redação

 

Oito membros da organização criminosa investigada no âmbito do inquérito policial da "Operação Sodoma” foram indiciados pela Polícia Judiciária Civil e seis deles denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE). Os envolvidos responderão por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Entre os indiciados e denunciados estão o ex-governador Silval da Cunha Barbosa e os ex-secretários Pedro Jamil Nadaf, (Indústria e Comércio) e Marcel Souza de Cursi (Fazenda). Os três estão presos preventivamente. 

Os únicos "poupados" da denúncia à Justiça foram os servidores da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Lourival Lopes Gonçalves e Sérgio Pascoli Romani. De acordo com o MP, não haviam provas suficientes para denunciá-los.

A primeira fase da operação foi concluída nesta semana e o balanço da operação, deflagrada no dia 15 de setembro pela Delegacia de Combate a Corrupção (Decor), foi apresentado nesta quinta-feira, pelo delegado Lindomar Aparecido Tofoli com a presença do secretário de Segurança Pública, Mauro Zaque, o delegado geral da Polícia Civil, Adriano Peralta Moraes, diretor de Atividades Especiais, Clocy Hugueney Lopes de Oliveira e os delegados da Fazendária Anderson Veiga e Alcindo Rodrigues. De acordo com os autos, o ex-governador Silval Barbosa é apontado como chefe do esquema criminoso montado para desviar recursos do erário público, com a finalidade de pagar despesas de campanha política de sua reeleição e angariar recursos decorrentes do pagamento de propina.

A execução de tarefas específicas foi determinada a pessoas de sua extrema confiança, com acesso direto ao palácio do Governo, entre elas Marcel Souza de Cursi, inicialmente como secretário adjunto de Receita Pública e posteriormente nomeado como secretário de Fazenda. Conforme as investigações, Cursi era responsável por gerir os recursos financeiros do Estado, devido seu conhecimento na área tributária, e também incumbido de dar aparência de legalidade a atos escusos cometidos na concessão irregular de benefício fiscal do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso, o Prodeic, vinculado à então Secretaria de Estado de Indústria Comércio, Minas e Energia (Sicme), atual Sedec. 

O ex-secretário recebeu a tarefa de convencer o empresário Joao Batista Rosa, um dos sócios do grupo empresarial formado por três empresas de Cuiabá: Tractor Parts, Casa da Engrenagem, PCP Máquinas e Engrenagens, para renunciar crédito tributário que possuía, em favor de receber o benefício do Prodeic. “Exercendo no caso a função de mentor intelectual de tal prática delitiva”, destacou o delegado Lindomar Aparecido Tofoli. 

O relatório do inquérito policial também ressalta a participação ativa do ex-secretário de Indústria e Comércio, Pedro Jamil Nadaf, que depois foi nomeado por Silval Barbosa para chefiar a Casa Civil. “A ele foi delegada a tarefa de operacionalizar a toque de caixa a concessão de Prodeic às empresas de João Batista Rosa sem preencher os requisitos legais, tais como falta de vistoria técnica, ausência de carta consulta, licença operacional da Sema e outros”. 

Para ter a concessão de benefício fiscal, segundo as investigações, o empresário forneceu ‘ajuda financeira’, em montante superior a R$ 2 milhões, sob pena de ter seu benefício concedido cancelado. Como havia renunciado a um crédito de R$ 2,6 milhões de reais, cuja documentação foi elaborada pelo mentor intelectual da organização criminosa Marcel de Cursi, não lhe restou alternativa a não ser ceder à solicitação, vindo então efetuar pagamentos por meio de 246 cheques de suas empresas e posteriormente transações bancárias à empresa de Pedro Jamil Nadaf, a NBC Assessoria e Consultoria. 

Para auxiliar na obtenção e operacionalização do destino a ser dado ao dinheiro, proveniente do pagamento de propina, o ex-secretário Pedro Nadaf delegou tarefas para a funcionária de sua confiança, Karla Cecilia de Oliveira Cintra, diretora financeira da Fecomércio, cuja função era dar destinação aos cheques feitos por meio depósitos em contas de pessoas físicas e jurídicas diversas. A investigação também verificou que ela se apropriou de recursos provenientes da propina. 

O delegado Lindomar Tofoli informou que as investigações continuarão em autos complementares, com eventual indiciamento de outras pessoas envolvidas nos crimes em apuração. “Não descartamos a possibilidade de instauração de novos inquéritos policiais caso surjam fatos novos decorrentes da análise minuciosa do material apreendido e o surgimento de novas provas documentais ou testemunhais”, disse.

Nos bastidores, expecula-se que empresas ligadas ao comércio, como por exemplo City Lar a rede de frigoríficos JBS/Friboi estão na mira.  “Quero externar todo meu respeito e admiração aos delegados envolvidos na operação e demais policiais que colaboraram para que as investigações acontecessem de forma exitosa”, finalizou o secretário de Segurança Pública, Mauro Zaque. 

INDICIADOS

1- Silval da Cunha Barbosa, por crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro; 

2-Marcel Souza de Cursi, por crimes de corrupção passiva e organização criminosa; 

3-Pedro Jamil Nadaf, por crimes de organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica (contrato fraudulento da NBC); 

4-Karla Cecília de Oliveira Cintra, por crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa; 

5-Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, por crimes de corrupção passiva na condição de partícipe, organização criminosa e lavagem de dinheiro, indiciado indiretamente por não ter sido localizado; 

6-Silvio Cezar Corrêa Araújo, por crimes de corrupção passiva na condição de partícipe, organização criminosa e lavagem de dinheiro; 

7-Lourival Lopes Gonçalves, por crimes de falsidade ideológica e organização criminosa; 

8-Sérgio Pascoli Romani, por crimes de falsidade ideológica e organização criminosa. 

Para as investigações, todos estão enquadrados na prática de organização criminosa tipificada na Lei 12.850/2013, com a associação de quatro ou mais pessoas, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com o objetivo de obter vantagem financeira, mediante a prática de infrações penais, com pena máxima superior a quatro anos. 

Comentários (4)

  • araponga 7007 |  27/09/2015 11:11:54

    ???GAECO + GCCO Srºs são + que COPETENTES e com o aval dessa MAGISTRADA agora é 100% OPERAÇÃO 10z Là NA VG tem uns MERCADO ou SUPERMERCADOS que.... é BOM GOSTO + kkkkkk MATERIAL DE CONSTRUÇÃO tem umas que é 1 CASTELO kkkk Agentes FISCAIS ai ahhhhhh GANHARAM é 4x4 e GL Xie e ALTIS kkkk Orion kkkkkk Acordo firmado Carro ZEROOOOOOOOOO KKKKKKKKKKKKKKKKK

  • DORALICE FREITAS |  26/09/2015 19:07:39

    Não esqueçam de investigar a máfia da Fecomercio. O Pedro nadaf ainda tem muitos indicados no Estado trabalhando e passando informações pra ele. Peguem as notas fiscais emitidas por suas diversas empresas registradas na junta comercial e verão quem passava dinheiro para ele.

  • JOVINO |  26/09/2015 15:03:48

    Mauro Zaque, voce até hoje só pegou bagrinho; Quem efetivamente alcançou os tubarões em MT até hoje foi a ANA CRISTINA ; basta ver : máfia do físico, quimera, Precatórios , maquinários, Riva e por último o PRODEIC;

  • Carlos |  26/09/2015 13:01:55

    Concordo com a devassa nessas empresas, mas que divulguem quem são os políticos beneficiados com as doações de campanha nas últimas eleições por parte das mesmas.

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