Terça-Feira, 24 de Outubro de 2017, 16h00
Senado discute Hidrovia Paraguai-Paraná e Wellington pede ‘ocupação’ da fronteira
Da Redação
O Brasil precisa aumentar a participação na utilização da hidrovia dos Rios Paraguai-Paraná, para o desenvolvimento regional, com maior escoamento de grãos e geração de empregos. Esse foi o entendimento dos participantes da audiência pública promovida pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) em conjunto com o Grupo Parlamentar Brasil-Argentina, nesta segunda-feira (23), para elaborar diagnóstico, identificar gargalos e discutir soluções para a viabilidade da hidrovia.
Durante os debates, ao tratar da proteção ambiental, o senador Wellington Fagundes (PR-MT), presidente da Frente Parlamentar de Logística em Transportes e Armazenagem (Frenlog), defendeu um reestudo da Lei 6.634/79. Essa lei estabelece como “indispensável à Segurança Nacional” a faixa interna de 150 quilômetros de largura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional, designada como Faixa de Fronteira.
“Uma região abandonada não preserva absolutamente nada. Pelo contrário, só promove a degradação ambiental e facilita outros tipos de situação, como o tráfico internacional de drogas, que se aproveita desse abandono. Por isso, precisamos tratar dessa questão com absoluta prioridade e buscar uma integração maior com nossos vizinhos” – ele ressaltou.
O melhor aproveitando da faixa de fronteira, de acordo com o senador republicano, permitiria a exploração mais efetiva da hidrovia, que começa na cidade Cáceres, no Oeste de Mato Grosso, e vai até Nueva Palmira (Uruguai). Essa hidrovia, segundo estudos, tem potencial para escoar commodities e minérios, percorrendo 3.442 quilômetros por cinco países (Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai) e percorrendo território ocupado por aproximadamente 25 milhões de pessoas.
Na defesa da hidrovia, Wellington lembrou que Mato Grosso contribui há muitos anos - de forma decisiva - com a economia nacional, expressado nos resultados da Balança Comercial Brasileira. Este ano, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, os embarques de produtos fornecidos por Mato Grosso para suprir a demanda mundial movimentaram mais de U$ 11.6 bilhões, entre janeiro a setembro deste ano.
Ele destacou que o Estado tem “enorme capacidade de agregar a economia nacional” e que pode dobrar sua produção de bens primários e semielaborados. Porém, para isso, acrescentou, depende só de um fator essencial: investimentos em infraestrutura de transporte. “Em funcionamento, a hidrovia Paraguai Paraná irá oferecer uma alternativa de transporte certamente mais barata, reduzindo os custos dos produtos do Estado e tornando Mato Grosso mais competitivo” – acentuou.
Na audiência pública, o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Adalberto Tokarski, defende uma política voltada para a hidrovia junto ao Ministério dos Transportes. Ele lamenta que o Brasil tenha apenas 5% de participação na hidrovia. “Nós já transportamos alguns milhões de toneladas, mas só minério de ferro, praticamente. Cadê a soja? Cadê o milho? Cadê os outros produtos?” – questionou.
Por sua vez, o coordenador de Projetos do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Eduardo Ratton, apresentou estudo feito da viabilidade técnica, econômica e ambiental nos mais de 1.200 quilômetros do trecho brasileiro da hidrovia, além de uma pesquisa complementar sobre as dificuldades regulatórias. Ratton destacou que a Argentina representa 77% do interesse dessas cargas, com 33 milhões de toneladas, é o país que mais utiliza a hidrovia. São 48 portos argentinos contra 11 do Brasil. Ele também apontou a carga tributária brasileira como a mais onerosa.
Investimento - Erick Moura de Medeiros, diretor de Infraestrutura Aquaviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) destacou a grande capacidade de carga da hidrovia, além do baixo custo de transporte e manutenção em relação aos outros modais. Ele citou as intervenções já feitas na área e a previsão da dragagem no Passo do Jacaré, mas lamentou o corte de recursos.
Para Edeon Vaz Ferreira, presidente da Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio, a futura construção de estações de transbordo de carga na margem esquerda do Rio Paraguai, ligada a 85 quilômetros de rodovia federal para permitir o carregamento de grãos.
– O transporte aquaviário é o marco em logística, mais econômico e ecológico. Então, nós temos que trabalhar a logística para, enfim, nós tirarmos essa pecha de que os Estados Unidos e a Argentina têm que ir mal para que o produtor brasileiro vá bem – afirmou.
Vice assume a Prefeitura de Lucas do Rio Verde
Sábado, 05.07.2025 04h25
Sorp irá fiscalizar "comida de rua" em Cuiabá
Sábado, 05.07.2025 03h52
Lei proíbe crianças vendendo ou pedindo dinheiro nas ruas de Cuiabá
Sábado, 05.07.2025 02h57
Vereadora fiscaliza andamento das obras em Cuiabá
Sábado, 05.07.2025 01h25
Prefeito sanciona leis de vereadores em Cuiabá
Sexta-Feira, 04.07.2025 20h17