Quinta-Feira, 17 de Junho de 2021, 09h01
DESVIOS DE RECURSOS
Sete da bancada de MT votam para flexibilizar lei contra corruptos
Apenas José Medeiros votou contra alterações da Lei da Improbidade Administrativa
WELINGTON SABINO
Da Redação
Dos oito deputados federais que compõem a bancada federal de Mato Grosso em Brasília, somente um votou contra o projeto que muda a Lei de Improbidade Administrativa para flexibilizar para gestores, situação que vem recebendo críticas sob entendimento de que isso significa um retrocesso no combate à corrupção no Brasil. O único vota contra foi do deputado federal José Medeiros (Podemos).
A votação foi realizada nesta quarta-feira (16) realizada às pressas e sem discussão mais ampla. O texto altera dispositivos da lei nº 8.429 que está em vigor desde junho de 1992 que podem enfraquecer o combate à corrupção no país, segundo agentes do Ministério Público e de entidades que fiscalizam a transparência pública. Dentre elas, a Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo (Apesp) que se manifestou publicamente nesta nesta quarta-feira para repudiar os termos do Projeto de Lei nº 10.887/18, que reformula a lei de improbidade administrativa. Segundo a entidade, o projeto representa um grande retrocesso para a sociedade e para o combate à corrupção.
A principal mudança prevista é a punição apenas para agentes públicos que agirem com dolo, ou seja, com intenção de lesar a administração pública. O relator do texto aprovado foi o deputado Carlos Zarattini (PT-SP). A proposta segue agora para o Senado.
Dos deputados, sete mato-grossenses votaram pela aprovação da mudança na lei, sendo eles: Sim – Dr. Leonardo (SD), Emanuel Pinheiro Neto (PTB), Juarez Costa (MDB), Nelson Barbudo (PSL), Neri Geller (PP), Professora Rosa Neide (PT) e Valtenir Pereira (MDB), que é suplente, mas está legislando na vaga de Carlos Bezerra.
No caso do PT, chama atenção que todos os deputados petistas votaram sim, acompanhando uma orientação do partido. O posicionamento de José Medeiros também foi por orientação partidária, pois todos os deputados do Podemos votaram contra o projeto.
Outro detalhe que chama atenção no caso da petista e do bolsonarista é que eles são os parlamentares de Mato Grosso que mais utilizam suas redes sociais, para publicações relativas a assuntos políticos e polêmicas do momento, mas em relação ao projeto da mudança da lei de improbidade nem Rosa Neide e nem Medeiros fizeram qualquer postagem sobre a votação e sobre o posicionamento de cada um.
Em relação ao PSL, sigla que elegeu o presidente Jair Bolsonaro em 2018 e hoje está rachada após várias brigas internas, não houve esse consenso. Parte dos deputados da sigla votou sim ao projeto e outra parte registrou voto contrário ao novo texto. Dessa forma, com o apoio da bancada governista e da oposição, o projeto foi aprovado por ampla maioria com 408 votos a favor. Apenas 67 parlamentares votaram contra a proposta.
Segundo o relator do projeto, Carlos Zarattini, o objetivo com a mudança na lei “é permitir que administradores tenham as condições de exercer suas atribuições sem receios de uma lei que, segundo ele, hoje permite punir tudo”.
Nessa mesma linha, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) comemorou a aprovação do projeto dizendo que a alteração na lei visa evitar distorções e excessos, além de dar racionalidade ao processo, com limite temporal. E também, segundo ele, garantir que não haja uso político-eleitoral da lei para cometer injustiça com servidores, melhorar a tipificação das condutas configuradoras de improbidade; e aumentar a penalidade para atos de gestores desonestos. “Agora vamos separar o joio do trigo. Somente será punido por improbidade quem agir para lesar efetivamente o Estado”, afirmou Lira.
RETROCESSO NO COMBATE À CORRUPÇÃO
Na nota de repúdio divulgada no mesmo dia da votação a Apesp afirmou que “causam estranheza e perplexidade o dispositivo do projeto que concede exclusividade ao Ministério Público para propor ações de improbidade administrativa, retirando do ente público lesado, ou seja, da vítima do ato ilegal, o direito de buscar a reparação do dano e a punição dos atos ímprobos”.
A entidade alertou ainda que se o texto fosse aprovado como estava, o que de fato aconteceu, “ a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ficarão dependentes da atuação do Ministério Público, representando um retrocesso para a sociedade no combate à corrupção”.
O presidente da Apesp, Fabrizio Pieroni sustenta que com a mesma estatura constitucional do MP, a advocacia pública deve ter os mesmos meios de combate à corrupção nos espaços públicos. Segundo ele, “a advocacia pública defende em juízo os interesses do Estado e, consequentemente, os interesses da sociedade. Retirar a sua competência de ingressar com ações de improbidade é retirar do Estado parte essencial desta função conferida pela Constituição Federal”.
Conforme a Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo, o projeto de lei aprovado prevê a retirada, no relatório, da necessidade de participação da advocacia pública também nos acordos firmados pelo Ministério Público. “Trata-se de erro gravíssimo, que pode causar graves danos ao interesse público, uma vez que o ente público, que é igualmente lesado, é quem pode mensurar os prejuízos causados e deve, por seu órgão de representação judicial, participar diretamente das negociações envolvendo esses casos”.
deovaldo | 17/06/2021 13:01:20
Isso aqui é BRASIL, irei usas as palavras do "" Vice-Presidente Mourão"", pois bem , querem o que? esse PAÃS é de patifes, pessoas sem caráter, tomador do erário público, dos conchavos e da roubalheira descarada e nada e ninguém freia isso. Votaremos ano que vem p Presidente - Governador - Senador - Deputados Federais e Estaduais e digo mais 70% dessa cambada retornarão ao poder devido o povo além de não saber votar ser o maior culpado do Brasil está esta merdqa que está. povo corrupto, representantes idem.
Sikera Júnior terror dos ptebas | 17/06/2021 10:10:56
Deus me livre desses partidos de esquerda é por isso que o deputado falou que é igual praga de gafanhoto no dinheiro público, só o dinheiro roubado do petrólão é dos fundos de pensão dos aposentados e pensionistas dava pra vacinar toda a população da América do Sul
Ana Paula Camargo | 17/06/2021 09:09:45
Absurdo, pra isso que votamos em vcs?
Gabriel | 17/06/2021 09:09:09
Depois do uso da máquina judiciária para perseguir veja Moro, Selma, grampolandia e muitos nomes aà do MP e polÃcia tem mesmo que fazer isso. Se fossem isentos e seguissem a lei ok. Mas não é o que tem ocorrido nós últimos anos. Há excessões, é claro. Mas está tudo muito impregnado.
Só observo (original) - Não fake sem cri | 17/06/2021 09:09:06
Seria o LEGISLANDO EM CAUSA PRÓPRIA. Interessante ver Petistas e Bolsonaristas defendendo os mesmos interesses né... Com a palavra os apoiadores do bandido de nove dedos vs o ruminante de dois neurônios.
Fatima | 17/06/2021 09:09:01
MEU PAI SEMPRE FALAVA QUE O ÚNICO LUGAR PARA OS POLÃTICOS LADRÕES DO ERÃRIO PÚBLICO É NO PRESÃDIO FEDERAL.
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