Cidades Quinta-Feira, 05 de Junho de 2025, 11h:14 | Atualizado:

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CALÇADAS VAZIAS

Acaba prazo e ambulantes "deixam" Centro de Cuiabá

 

VITHÓRIA SAMPAIO
Gazeta Digital

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João Vieira  

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Uma média de 170 trabalhadores ambulantes, que atuam no Centro de Cuiabá, não exerceram suas atividades nesta quinta-feira (5), prazo final dado pela prefeitura, em cumprimento da legislação que regulamenta o uso das calçadas da cidade. O grupo está descontente com a proposta do prefeito Abilio Brunini, que é mandá-los para o Porto. Eles querem uma nova solução. 

Reportagem do  esteve nas primeiras horas da manhã pela rua 13 de junho, uma das mais movimentadas do centro. Apesar do horário, não havia nenhuma movimentação típica dos ambulantes e suas barracas ao longo de toda rua. O presidente do Sindicato dos Camelôs, Augusto Ferreira da Silva, afirmou à reportagem que os trabalhadores ainda aguardam uma posição do prefeito. Segundo ele, retornar à Orla do Porto não é viável para a categoria.

"Estamos aguardando uma solução do prefeito. Não queremos ir para a Orla. Qualquer outra rua, qualquer outro local seria melhor para nós. Se um for, os outros vão atrás, mas voltar para a Orla não é viável. Fiquei lá 4 anos, não mudou nada, do jeito que está, não dá. Tenho mais de 50 anos de rua, já trabalhei em várias capitais, mas sou daqui e moro aqui", explicou.

A comerciante Márcia Aparecida Maia, de 59 anos, que há 10 anos vende salgados na Praça Bispo, teme que a remoção dos ambulantes da Rua 13 de Junho também afete seu ponto de trabalho. À reportagem, ela relatou que as vendas feitas no período da manhã são a única fonte de renda para sustentar a si e o marido, que vive de aluguel.

"Estão tirando todo mundo. Hoje, trabalhamos com medo de apreenderem nossas coisas. Estou aqui há mais de 10 anos. Chego às 4h30 da manhã e, no máximo, às 9h já estou indo embora. Não atrapalhamos ninguém. Eu e meu marido não temos saúde para trabalhar em outro lugar, temos contas para pagar. É muito triste isso", lamentou.

Natural do Haiti, Isanise Jeam trabalha há quase 3 anos no centro da capital vendendo roupas íntimas para sustentar seus dois filhos pequenos. Ela afirma que não pretende se mudar para o Shopping Orla e, caso não haja outra alternativa, continuará vendendo nas ruas, mesmo com mais dificuldades.

"Vou enfrentar as dificuldades, vendendo minhas mercadorias na mão. Já trabalhei com carteira assinada em lavanderia, mas sofri um acidente. O salário era muito baixo e não cobria os custos da minha família. Preciso continuar vendendo. Quero permanecer no centro, ter um lugar para trabalhar e levar sustento para dentro da minha casa", afirmou.

A secretária de Ordem Pública, Juliana Chiquito Palhares, destacou que a Prefeitura está apenas cumprindo a legislação municipal, de forma respeitosa, e que busca oferecer melhores oportunidades para realocar os ambulantes, minimizando os impactos da medida.

"Não se trata de uma disputa entre lojistas e ambulantes, mas da necessidade de desobstrução das vias públicas. Precisamos agir dentro da legalidade. Tenho certeza de que, com a colaboração de todos, vamos superar essa turbulência. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico está trabalhando em parceria com o Sebrae para oferecer qualificação a esses trabalhadores que estão buscando seu sustento diariamente", finalizou.





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Comentários (2)

  • charlene

    Quinta-Feira, 05 de Junho de 2025, 15h45
  • Sr. prefeito, veja uma rua ai na região central que se fechar nao vai interferir na trafegabilidade de veiculos e faz uma rua só de camelôs, cada um com sua barraca, cobra seus impostos, mas que seja ai na região, pq orla do porto é mais distante, de dificil acesso. fica a dica.
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  • Ley

    Quinta-Feira, 05 de Junho de 2025, 11h44
  • Certíssimo; além de que, dando lhes ponto em qualquer local, eles vendem o ponto e retornam ao centro para obter novas vantagens.
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