Cidades Quinta-Feira, 06 de Abril de 2023, 16h:05 | Atualizado:

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OPERAÇÃO CAPOREGIME

Alvos do Gaeco, agiotas se livram de tornozeleiras em MT

Eles foram presos em fevereiro de 2019, mas depois ganharam liberadde

DIEGO FREDERICI
Da Redação

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A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Silva Mendes, determinou a retirada da tornozeleira eletrônica de Kaio Cezar Lopes Favato, João Claudinei Favato e José Paulino Favato, membros de uma suposta “quadrilha de agiotas”, que agia no “Nortão” de Mato Grosso. O trio é alvo do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), que deflagrou a operação “Caporegime” no ano de 2019 revelando a atuação do bando.

A decisão da juíza foi proferida em 27 de março de 2023. Os réus juntam-se aos também membros da suposta quadrilha Clodomar Massoti, Luis Lima de Souza, Edson Joaquim Luiz da Silva, Luan Correia da Silva e Purcino Barroso Braga Neto, que já tinham sido beneficiados com o fim do monitoramento eletrônico.

O grupo, entretanto, ainda deve comparecer a todos os atos processuais, manter seus respectivos endereços atualizados, além da proibição de manter contato com vítimas e testemunhas dos autos. A juíza concedeu o benefício explicando que os réus vêm cumprindo com as medidas cautelares impostas pelo Poder Judiciário.

“Os acusados vêm cumprindo com as obrigações impostas, não havendo qualquer comunicação de descumprimento das mesmas. Por outro lado, verifico que a Instrução Criminal se encontra avançada, restando somente a oitiva de duas vítimas, as quais não foram localizadas na primeira oportunidade para a concretização do ato, e sete testemunhas de defesas, além dos interrogatórios dos acusados”, explicou a magistrada.

Ana Cristina Silva Mendes também revelou que duas das vítimas da “quadrilha de agiotas” não residem mais em Mato Grosso.

A denúncia do Ministério Público do Estado (MPMT) revela uma série de casos envolvendo a concessão de empréstimos pelos agiotas – e a utilização de ameaças e até mesmo tentativas de homicídio aos "inadimplentes" do empréstimo. A organização criminosa seria composta por Purcino Barroso Braga Neto (“Neto”), Clodomar Massoti, Luis Lima de Souza, João Claudinei Favato, Kaio Cezar Lopes Favato, José Paulino Favato, vulgo “Paraíba”, Edson Joaquim Luiz da Silva e Luan Correia da Silva.

Num dos “golpes”, segundo o MPMT, a quadrilha teria “emprestado” R$ 50 mil a uma vítima que estaria demorando além do combinado para devolver o dinheiro. Os autos informam que parte do débito foi pago por meio de cabeças de gado. Para quitar o resto da dívida  houve uma “renegociação”, onde o devedor iria transferir um sítio em valor “muito superior”, em troca de uma outra propriedade rural que pertencia a João Claudinei Favato, mais uma caminhonete avaliada em R$ 40 mil.

Segundo o processo, porém, o agiota não teria cumprido sua parte no acordo, fazendo com que a vítima entrasse na Justiça. Após ficar sabendo da “denúncia”, Favato teria jogado uma bomba na residência do devedor – fato registrado em boletim de ocorrência.

“O restante da dívida foi negociada através da troca de um sítio de valor superior, sob a condição de João Favato transferir outro sítio (valor inferior), uma caminhonete e R$ 40.000,00 (quarenta mil reais). Contudo, como Favato não cumpriu sua obrigação, [o devedor] ingressou com uma ação judicial e sofreu pressão por parte de João Favato, vindo sofrer atentado de bomba em sua residência, fato que foi registrado em B.O”, diz trecho dos autos.

Num outro caso, João Favato teria emprestado R$ 100 mil a outro devedor que, para pagar o débito, transferiu uma propriedade avaliada em R$ 400 mil. O processo também revela uma tentativa de homicídio contra outra vítima que tomou empréstimo do agiota, ocorrida em Peixoto de Azevedo (696 KM de Cuiabá).

Os autos informam ainda que a prática de agiotagem ocorreria desde 2014. A denúncia aponta que os criminosos – que agiriam desde a região de Sinop (500 KM da Capital), até Alta Floresta (800 KM de Cuiabá) -, lançam mão de “requintes de crueldade”.

“Os elementos informativos constantes nos autos revelaram que a organização criminosa atua com requintes de crueldades e sem qualquer sentimento de piedade de seus devedores, utilizando de métodos violentos de cobranças, tais como sequestro, tentativa de homicídio, ameaça e expropriação de bens”.





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