O Hospital São Judas Tadeu (HSJT) desativou a Unidade de Estabilização onde ficavam os pacientes considerados graves, com covid-19 e que precisavam ser entubados até a transferência para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde houvesse disponibilidade em Cuiabá. A medida se deu há cerca de uma semana, no período em que 5 famílias denunciaram a instituição na Delegacia de Polícia, por supostos atos de negligência e maus-tratos a pacientes em tratamento de coronavírus.
Na quinta-feira (15), a delegada Luciani Barros Pereira de Lima, da 2ª Delegacia de Cuiabá (Planalto), informou que dois pacientes que passaram por atendimento no hospital serão ouvidos pela equipe da delegacia em suas residências, porque não apresentam condições de comparecer à unidade policial. Além das 5 denúncias formalizadas, há outra situação, extraoficial, onde a família disse estar reunindo provas suficientes para embasamento da denúncia.
No entanto, por não ter oficializado o caso, os famíliares por orientação jurídica preferem não entrar em detalhes sobre a morte da mulher, em consequência de agravamento da covid-19, depois de ter passado pelo HSJT. Nas próximas semanas a delegada segue com as oitivas de familiares de pessoas que foram hospitalizadas no HSJT e citadas no boletim de ocorrência registrado pela técnica de enfermagem, Amanda Belmondes, que trabalhou no hospital por cerca de dois meses.
O hospital encaminhou os documentos que serão analisados pela delegada. A investigação vai requisitar também os prontuários médicos dos pacientes relatados nas denúncias.
A Perícia Técnica e Oficial do Estado já coletou as imagens das câmeras da unidade de saúde.
A reportagem de A Gazeta relata desde a primeira denúncia, ocorrida em 5 de abril, pela técnica de enfermagem Amanda Belmondes, que as ocorrências estariam relacionadas ao atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. No entanto, durante visita da reportagem à unidade, na manhã de sexta-feira (16), o médico Arnaldo Sérgio Patrício, que faz parte da diretoria do hospital, relatou que a instituição nunca teve UTI e, sim, por um período improvisado, teve uma Unidade de Estabilização, onde eram realizados os procedimentos similiares aos de leitos intensivos, como a entubação, por exemplo, para que o paciente tivesse condições de ser transferido, de forma segura e com preservação da vida.
Matogrossense
Terça-Feira, 20 de Abril de 2021, 11h32