Quatro dias após o início da ação de limpeza, 364 toneladas de lixo descartadas irregularmente já foram retiradas das ruas no entorno do antigo Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC) e do Centro de Custódia da Capital (CCC), no bairro Carumbé. Após a denúncia do Jornal A Gazeta, a Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos Limpurb iniciou os serviços de retirada do material no sábado (22) e deve encerrar a limpeza hoje (26). 

O antigo presídio do Carumbé está desativado há pouco mais de dois anos e a situação de abandono e degradação piora a cada dia, como relatam moradores e comerciantes da região. Além do próprio terreno do antigo presídio, que pertence ao governo do Estado e serve de abrigo para pessoas em situação de rua e está tomado por mato e entulho, as ruas do entorno se tornaram um lixão a céu aberto. 

Na quinta-feira (20), a equipe do A Gazeta esteve no local e constatou que todo tipo de lixo estava sendo jogado por ali, como restos de obras, pneus, garrafas, colchões e até geladeira. Ao entrar na rua lateral, não era possível sequer realizar uma manobra para retorno com o veículo devido à falta de espaço com o corredor de lixão. 

Moradores denunciaram que estavam encontrando animais peçonhentos em suas residências, além do aumento de casos de dengue e chikungunya na região. Especialistas alertaram que o descarte irregular na área afeta o meio ambiente, ao contaminar o solo e a água, além de favorecer a proliferação de pragas, como ratos, baratas e mosquitos transmissores de doenças graves, entre elas leptospirose, hantavirose, toxoplasmose, leishmaniose e arboviroses. 

Na ocasião, a Secretaria Municipal de Ordem Pública foi procurada e informou que havia no sistema uma denúncia sobre o caso, mas o endereço estava incompleto, sem possibilidade de ação de fiscalização. Com a reportagem, os dados enviados à pasta tornou possível as ações cabíveis e as ações de limpeza começaram no sábado e a previsão era de que ocorresse até terça-feira (25). 

Na tarde de ontem a reportagem retornou ao local e ninguém estava trabalhando na área. Foi constatado que grande parte do lixo foi retirada, mas muito ainda ficou para trás. Na rua que fica aos fundos do antigo presídio, por exemplo, ainda há morros de lixo.