Após o juiz Wladymir Perri, que atuava na 12ª Vara Criminal de Cuiabá, ter revelado que poderia ter sido alvo de um atentado durante uma sessão de julgamento no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), a Corte adotou medidas para aumentar a segurança no local. Foi instaurado também um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o servidor do Tribunal, Mauro Viveiros Filho, suspeito de tentar entrar armado na sala de audiência da Segunda Câmara Criminal.
Perri alega que o chefe de gabinete do desembargador João Ferreira teria tentado entrar armado na sala de audiências, que julgaria um recurso sobre o caso envolvendo seu irmão, Ramon Alcides Viveiros, morto atropelado em frente a Boate Valley, em Cuiabá, pela bióloga Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, em dezembro de 2018.
A motorista acabou sendo absolvida, justamente pelo magistrado, o que teria revoltado a família do funcionário do TJMT. A Corte, no entanto, reverteu a absolvição, no início do mês, no julgamento em que se deu o episódio, mandando Rafaela Screnci da Costa Ribeiro para júri popular.
Após o pedido de Wladymir Perri, o TJMT adotou algumas providências. A Corte, que dispõe de detectores de metal em todas as salas de audiência, não possuía o dispositivo em todas as entradas do prédio, o que será providenciado por conta do episódio, aumentando assim a segurança do prédio.
Também foi instaurado um Processo Administrativo Disciplinar para apurar a conduta do servidor, tendo em vista que, embora ele tenha o registro da arma e o devido porte, devidamente válidos, a postura não é considerada "normal". Mauro Viveiros Filho será convocado para depor e apresentar sua versão sobre os fatos.
Este procedimento interno irá apurar como se deu a ocorrência, como por exemplo, saber por onde o servidor entrou e o caminho que percorreu até chegar à sala de audiência. Também será investigada a motivação para que ele tenha ido armado até o prédio do TJMT.
A segurança do Tribunal também será reforçada pela Coordenadoria Militar, visando dar mais tranquilidade a magistrados, servidores e frequentadores da Corte.
O CASO
O juiz Wladymir Perri, que atuava na 12ª Vara Criminal de Cuiabá, revelou junto à Coordenadoria Militar do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) que poderia ter sido alvo de um atentado que não deu certo. O motivo seria a ida do servidor da Corte, Mauro Viveiros Filho, a uma sessão de julgamento na semana passada em que o magistrado estaria e que acompanharia a votação de um recurso referente à ação penal que investiga justamente a morte do irmão do funcionário, o cantor Ramon Alcides Viveiros.
Ramon Alcides Viveiros morreu após ser atropelado pela bióloga Rafaela Screnci da Costa Ribeiro. Além dele, a estudante Myllena de Lacerda Inocêncio também faleceu, enquanto Hya Girotto Santos ficou ferida no acidente.
Responsável por julgar o caso, o juiz Wladymir Perri inocentou a suspeita, que considerou que, por mais que a motorista houvesse consumido álcool antes de pegar o volante, as três vítimas contribuíram para o atropelamento por, segundo o juiz, atravessarem a via de forma irresponsável. O pai de Ramon, o procurador aposentado do Ministério Público (MPE), Mauro Viveiros, defendeu a anulação da absolvição da bióloga e revelou uma suposta “vingança” do juiz Wladymir Perri contra ele.
Um recurso foi então colocado em pauta no início do mês na Segunda Câmara Criminal do TJMT, para tentar anular a absolvição. Em um documento protocolado junto à Coordenadoria Militar da Corte e endereçado à coronel Jane de Souza Melo, o magistrado apontou que teve conhecimento de que Mauro Viveiros Filho, que é servidor do TJMT e atua como chefe de gabinete do desembargador João Ferreira, teria tentado entrar armado na sessão de julgamento da Segunda Câmara Criminal.
Wladymir Perri alega que poderia estar no local. “Considerando que nessa sessão cogitei estar presente, e considerando que venho recebendo constantes ameaças até os dias atuais, instigado pelo assistente de acusação daquele processo, qual seja, pelo individuo, Mauro Viveiros, coincidentemente, pai do servidor que teria ou estaria armado. Outrossim, considerando que noticiei que estaria presente as pessoas próximas do meu convívio, acredito que poderia ter vazado essa minha manifestação e, consequentemente, gerado o fato do servidor encontrar armado, cujo acredito que poderia ser potencial vítima, já que desde ano 2022 venho sofrendo constante ataques pelo Ministério Público e do citado individuo, cujo a coragem deste último limita apenas na instigação aos outros para ofensas e ameaças. Por fim, a providência solicitada busca levar conhecimento aos meus superiores hierárquicos e demais autoridades.” afirmou.
fidedigno
Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 12h07anonimo
Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 11h14Thiago
Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 08h59Comentarista
Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 08h34Bruno
Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 08h28Guilherme
Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 07h47Bia
Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 07h44Fidedigno
Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 03h21