O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) denunciou, na última quarta-feira (11), quatro policiais militares presos na Operação Office Crimes: A Outra Face, em março deste ano, que investiga o homicídio do advogado Renato Gomes Nery, em Cuiabá. Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins foram soltos em maio, após determinação da Justiça.
Eles são investigados por forjar um confronto com assaltantes envolvendo a arma usada para matar o advogado, em julho do ano passado. De acordo com a denúncia, os PMs seriam os responsáveis por esconder a arma usada para matar o advogado e inseri-la na cena de um suposto confronto para dificultar as investigações.
O g1 tenta localizar a defesa de Wekcerlley Benevides de Oliveira e entrou em contato com a defesa de Alessandro Medeiros Ramos, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Os PMs foram denunciados por organização criminosa, alteração da cena de crime, porte ilegal de armas de uso restrito e falsidade ideológica.
Para o MPMT, o que conecta o confronto forjado e o assassinato de Renato é a confirmação da origem da munição encontrada no local do crime. Conforme a perícia, as munições eram do batalhão das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), onde os PMs e outros investigados trabalhavam na época.
A perícia aponta ainda que não houve troca de tiros, como os policiais militares relataram. Nem a viatura e nem o carro onde os assaltantes estavam tinham perfurações.
Quem são e como agiram os investigados
Além dos PMs investigados, outras seis pessoas foram presas por envolvimento direto no assassinato de Renato Nery. Veja abaixo quem são:
Caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva – atirador
Sargento da PM Heron Teixeira Pena Vieira – intermediador recebeu dinheiro, arma e contratou o Alex pra fazer executar
Cabo da PM Jackson Pereira Barbosa – intermediador entregou dinheiro a Heron
Policial da integiência da Rotam, Ícaro Nathan Ferreira – intermediador que entregou parte do dinheiro ao Heron e entregou a arma
Empresário Cesar Jorge Sechi – mandou matar Nery por causa da disputa de terra
Empresária Julinere Goulart Bastos – mandou matar Nery por causa da disputa de terra. Ela é esposa de Cesar
Negociações e motivo do assassinato
As investigações apontaram que a morte de Nery foi motivada por disputa de terra. Segundo a polícia, o advogado não temia morrer, mas sim perder suas terras, que tentava transferir para o nome das filhas.
O policial militar Heron confessou ter sido contratado para matar o advogado e que contratou Alex para executar Renato. Ele afirmou à polícia que recebeu R$ 200 mil para matar e, desse valor, pagou R$ 50 mil ao caseiro para a execução.
Nery foi baleado quando chegava no escritório dele, em julho de 2024. Segundo a Polícia Civil, o atirador já estava esperando pelo advogado e, após atirar, fugiu do local em uma moto. Uma câmera de segurança registrou o momento (veja acima).
Investigações
Em julho, após matar o advogado em frente a um escritório na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá, o caseiro fugiu de moto para uma chácara no bairro Capão Grande, em Várzea Grande.
O trajeto foi flagrado por diversas câmeras de segurança e no dia 8 de julho, a polícia conseguiu acesso à última imagem, que mostrava a moto a menos de 2 km da chácara. Com isso, dois dias depois, as equipes procuram a moto na região.
Segundo o delegado Bruno Abreu, a presença da polícia perto da chácara assustou os suspeitos, que tentaram simular um confronto para justificar o abandono da arma do crime e culpar outras pessoas.
Recruta
Domingo, 15 de Junho de 2025, 06h29MP que isso?
Sábado, 14 de Junho de 2025, 12h29Eleitor
Sábado, 14 de Junho de 2025, 11h44Contribuinte
Sábado, 14 de Junho de 2025, 11h05davi
Sábado, 14 de Junho de 2025, 10h16