A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT) negou a prisão domiciliar de Ana Cláudia de Souza Oliveira Flor, condenada a 18 anos de prisão em regime fechado por mandar matar o ex-marido, Toni da Silva Flor, executado a tiros em Cuiabá no ano de 2020. Os magistrados da Terceira Câmara seguiram por unanimidade o voto do desembargador Gilberto Giraldelli, relator de um recurso ingressado por Ana Claudia Flor contra a sua condenação em regime fechado.
A sessão de julgamento ocorreu em 20 de março de 2024. Em seu pedido, Ana Claudia Flor alega que possui três filhas menores de idade que precisam dos seus cuidados.
“[A condenada] possui três filhas menores, cujos cuidados e subsistência não prescindem de sua presença, inexistindo informações de suspensão ou destituição do poder familiar, ressaltando, ainda, que as infantes estão sob os cuidados da avó materna, que é idosa e possui poucos recursos financeiros”, diz Ana Claudia Flor. Em seu voto, Gilberto Giraldelli não acatou os argumentos da condenada, e lembrou que a pessoa que mais prejudicou as filhas foi a própria Ana Cláudia quando mandou matar o pai das menores de idade.
“De mais a mais, a vítima do aludido delito é Toni da Silva Flor, genitor das filhas da agravante, a revelar a despreocupação e indiferença de Ana Claudia de Souza Oliveira Flor para com sua prole, pois não se olvidou em arquitetar e mandar executar a morte do pai das meninas, a evidenciar que a sua presença não garantiria a proteção integral das crianças”, analisou Giraldelli. Toni Flor foi assassinado na manhã do dia 11 de agosto de 2020, logo após chegar a uma academia de musculação e condicionamento físico, em Cuiabá, sendo surpreendido por Igor Espinosa, autor dos disparos que tiraram sua vida, aos 37 anos.
Ao longo de mais de um ano, sua esposa, Ana Claudia de Souza Oliveira Flor, realizou “campanhas” em redes sociais, além de “estrelar entrevistas” em programas de TV policialescos, onde fazia um “apelo” pelo esclarecimento do crime. As investigações, porém, revelaram uma história macabra, onde a própria mulher, inconformada com a intenção do marido de se separar, acabou encomendando sua morte.
O inquérito policial aponta que a intenção da ré era ficar com os bens do casal, que ficou junto durante 15 anos. Ana Claudia de Souza Oliveira Flor teria conversado com sua manicure e amiga, Ediane Aparecida da Cruz Silva, que conseguiu o contato de Wellington Honoria Albino e Dieliton Mota da Silva. O grupo “terceirizou” o serviço para Igor Espinosa, autor dos disparos que mataram Toni Flor.
ana
Segunda-Feira, 01 de Abril de 2024, 16h52