Cidades Domingo, 24 de Novembro de 2024, 08h:32 | Atualizado:

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SAÚDE MENTAL

Educação lidera ranking de afastamentos por licença médica em MT

Sobrecarga, perseguições e ações autoritárias são listados entre os motivos

JULIANA ALVES
A Gazeta

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Profissionais da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) são os servidores públicos estaduais que mais solicitam afastamento por licença médica, principalmente por questões de saúde mental. Dados da Gerência de Informação em Saúde do Servidor, da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), indicam que em um período de cinco anos (2019 - 2023), uma média de 69 licenças médicas foram registradas por dia no sistema, com o afastamento de 48.730 servidores de todos os órgãos. Somente entre janeiro e julho deste ano foram 9.816 licenças, totalizando o afastamento de 6.173 servidores.

“Eu não consigo dar aula, eu vou chorar o tempo inteiro. Eu não consigo falar, eu não tenho estabilidade mental, emocional para pisar na escola. Eu estou fragilizada”, desabafa uma professora que prefere não se identificar.

Rafaela Gomes (nome fictício) é professora há cerca de 15 anos, mas desistiu da sala de aula após uma série de perseguições e ações autoritárias da gestão escolar aos professores, demais funcionários e até mesmo aos alunos da unidade em que atuava. Passou a ter insônia e foi diagnosticada com ansiedade severa, além do início de depressão.

“Essa situação me deixou totalmente desmotivada, enojada, eu comecei a repensar quem eu sou. É como se a minha identidade fosse atingida, afetada, eu comecei a questionar meus valores. A situação é tão caótica que cheguei a olhar no espelho e pensar que não presto para nada, que a minha profissão não vale nada e que eu não sou o ser humano que pensava”.

Ela conta que ao longo de sua carreira já viu muitos colegas professores se afastando do trabalho por questões de saúde mental. Cita que um dos gatilhos é a sobrecarga do trabalho, visto que um professor, às vezes, lida com centenas de alunos, apenas em um dia, e com muitas coisas que vão além da aula, como problemas familiares dos menores. Rafaela diz que sempre foi muito resiliente, apesar do cansaço do trabalho, sempre buscou se salvar e não teve episódios anteriores relacionados à ansiedade ou depressão. Porém, neste momento, está em crise.

Sobre os dados que indicam que os servidores da Seduc são os que mais pedem licença médica, destaca que não é surpresa. “Você vive nesse meio e sabe que ele está piorando a cada dia”.





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Comentários (4)

  • Marcos

    Domingo, 24 de Novembro de 2024, 16h43
  • São varios problemas ;primeiro salas lotadas com fehamento de escola , nao existe apoio psicologico para professores , nao existe educaçao fisica para professores exercitar tipo convenio com academia , jornadas longas sem parar para ter salarios melhores , e muitos aproveitam do concurso tambem para afastar , porque quando e contrato nao afasta ,, eles recebem quando estao afastado e quando volta fica na administração , tem muito espertalhao tambem ..salario baixo comparado redes federais ..e um piso lixo 2 melhor do estado 5500 vergonha
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  • aloisio

    Domingo, 24 de Novembro de 2024, 16h24
  • Não é por acaso esse número de afastamento de professores por questão de saúde. A profissão já era tensa e se tornou ainda mais, nesse governo. Não é coincidência, é método. Se não bastasse, esse nível de stress, a escola se desumanizou por completa. A solução buscada, nesse momento é a mais retrógrada possível: escola cívico-militar, ou seja, enquanto o mundo desenvolvido busca uma educação crítico-analítica, com ênfase na cognição, MT ainda aposta na pedagogia de quartel, baseada no comportamento, sem perspectiva de mudança nas próximas décadas ...
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  • ole

    Domingo, 24 de Novembro de 2024, 13h47
  • e pura verdade sou servidor da seduc e esse governador mentiroso mendes e seu puxa saco de estimação alan estão aterrorizando os mesmos, isso tem que ser levado a serio.
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  • Joana

    Domingo, 24 de Novembro de 2024, 12h45
  • É o que está acontecendo. Péssima gestão vinda desta desgoverno. MM, Alan Porto e gestão escolar estão destruindo o psicológico, emocional, tudo do professor. Ninguém aguenta mais
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