Cidades Quinta-Feira, 12 de Dezembro de 2024, 08h:41 | Atualizado:

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PANACEIA

Empresa contratada para UTI é clínica de estética

Contrato inicial era de R$ 1 milhão e recebeu aditivos chegando aos R$ 4 milhões

BARBARA SÁ
A Gazeta

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hospital regional caceres

 

Uma das empresas investigadas pela Polícia Federal na Operação Panaceia, contratada pelo governo do Estado para prestar serviços médicos de terapia intensiva e generalista, tem como sede uma clínica de dermatologia. A empresa firmou contrato para fornecer 10 leitos de UTI adulto a pacientes de covid-19 no Hospital Regional de Cáceres. A V. Scaff Gonçalves & CIA LTDA, conhecida como Clínica Rostey, foi contratada pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT). 

O contrato inicial, de R$ 1.068.000,00, recebeu três aditivos que elevaram o valor para mais de R$ 4 milhões. Conforme o Portal da Transparência, os pagamentos foram feitos até 14 de junho de 2022. O Jornal A Gazeta contatou a Clínica Rostey, onde o atendente informou que os serviços atuais incluem preenchimentos faciais, botox e outros tratamentos estéticos. 

Entre os profissionais está a médica Virgínia Scaff Gonçalves, alvo de busca e apreensão domiciliar durante a operação. Na mesma ação, foram alvos o então diretor do Hospital Regional de Cáceres, Onair Azevedo Nogueira, e a secretária adjunta da SES, Carolina Campos Dobes Conturbia Neves. As investigações apontaram uso de informações falsas na licitação e conluio entre empresas. 

A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou que a V. Scaff Gonçalves compartilhava o mesmo endereço com outra concorrente, a Equipe Atendimento Médico de Urgência LTDA, localizado na Rua Antônio Mara, n. 236, Centro, Cáceres, o que reforça suspeitas de práticas anticompetitivas. Além disso, a empresa não possuía as qualificações técnicas exigidas para fornecer leitos de UTI. 

O CNAE registrado não incluía atividades de urgência médica. A investigação também revelou que sócios da empresa tinham vínculos com concorrentes nos processos licitatórios. 

“Por exemplo, Guilherme Grassani Silva, casado com a médica Virgínia Scaff Gonçalves, figura como sócio de empresas concorrentes no mesmo processo. A investigação revelou que as propostas apresentadas tinham semelhanças em erros ortográficos e layouts, indicando um esquema coordenado para manipular os resultados”, aponta a decisão judicial. 

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na residência de Virgínia, na clínica e em endereços ligados aos outros investigados, para aprofundar as apurações sobre fraudes em contratos com o governo estadual.





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