A permanência do Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas) na gestão de 3 hospitais de Mato Grosso será definida em 10 dias, prazo estipulado pelo secretário de Estado de Saúde (SES), Jorge Lafetá, para conclusão dos relatórios elaborados por equipes que vistoriaram duas unidades gerenciadas por esta Organização Social de Saúde (OSS). Lafetá afirma que requisitou as visitas no Hospital Regional de Colíder e no Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, diante da quantidade de reclamações de pacientes e profissionais.
Explica que não viu necessidade de vistoriar a unidade de Alta Floresta, uma vez que encontradas irregularidades nos outros 2 hos-pitais fica subentendido que a situação se estende para os 3 contratos. “Se forem confirmadas as irregularidades, o Ipas pode ter que deixar a gestão das unidades”.
No início do mês, alguns sindicatos de médicos denunciaram a ausência de pagamento aos profissionais há 4 meses. A primeira reclamação partiu dos trabalhadores de Colíder, onde apontam a queda na qualidade e quantidade do atendimento.
Um funcionário do segmento de transporte afirma que desde 2011 o serviço está cada vez mais precário e nenhuma providência é tomada para melhorar as condições de trabalho e prestação de serviço para a população.
O deputado estadual Pedro Satélite comenta que atuou na regionalização e interiorização do atendimento da saúde no Estado e frisa que Colíder chegou a ser referência em 18 especialidades. “Hoje, não chega a atender adequadamente 10 especialidades. A SES precisa tomar alguma providência, a população está padecendo, sofrendo desnecessariamente. O serviço pode ser bem feito, como sempre foi. A queda na qualidade teve início em 2011, quando o Ipas assumiu”.
O problema de pagamento dos funcionários também foi identificado no Hospital Metropolitano e Regional de Alta Floresta. Nas localidades os médicos receberam salários de forma integral em outubro do ano passado.
Conforme a SES, não há razão para todos esses meses de atraso, uma vez que foi realizado um repasse recentemente, embora reconheça que outras folhas de quitação estão em atraso. Este não é o primeiro problema do Ipas em relação ao gerenciamento de serviços para a SES.
Em maio do ano passado a Auditoria Geral do Estado (AGE) determinou intervenção na Farmácia de Alto Custo, gerida pela OSS, diante da identificação da má gestão que gerou um prejuízo superior a R$ 2,8 milhões.
Em janeiro deste ano, a SES encerrou o contrato com o Ipas, referente à FAC, mas manteve a OSS à frente dos hospitais.